Bula Bula

Quem disse que as mudanças têm donos?

Se alguns se distraíram perante as mutações, quase metamórficas, que a Renamo está a experimentar, Bula-bula lamenta, porque como sempre ele está de olho. É de olhos vivos que vai seguindo os passos que a perdiz está a dar, rumo à civilização. 

Palmas para ela! Procurou e manifestou, através da sua bancada, com peso específico que transporta, que o homem que dirige a Nação, que tinha agendado ir visitar os deputados (não amputados), no dia 19 deste mês, para o que vário protocolo havia sido posto em marcha, é de facto o Presidente da República, não tivesse sido eleito pela maioria dos moçambicanos. Percebeu que o Engenheiro, já o era antes de ir para as lides políticas que se guiam e se alimentam de regras, muitas vezes humilhantes.

Mas são essas regras que o levaram a concorrer, não para governador provincial (ou de províncias), mas para governador nacional, presidindo a República. Recebeu-o e ouviu-o muito bem, só que ainda não o deve aplaudir, através de palmas da mão, embora o coração o dite. Afinal, não seria a primeira vez que o coração exige, mas o resto do corpo nega em exteriorizar o desejo daquele. É por isso (também) que há amores escondidos ou ocultos. Por conveniência, acrescente-se!

Ler bem a Lei pai/mãe devia ser obrigatório para todos, mas infelizmente não tem sido bem assim. O que foi feliz é que desta vez a bancada maioritária na oposição entendeu que não é de imposições a outras regras que deve viver. Ficou quietinha, para ver e verificar com que movimentos os beiços de Nyusi pronunciaram a palavra FIRME. Se com firmeza ou titubeantes! É preciso estar presente para constatar e depois comentar a favor ou desfavor. Outra vez, Bula-bula propõe palmas!

Mas os distraídos surpreenderam-se com o carrilamento do partido segundo mais votado pelos moçambicanos. Bula-bula não! Não teria justificação de se surpreender se recebeu mais uma rara visita da mesma bancada! É verdade. Quando se anunciou a vinda, houve muitas perguntas, duas das quais ocuparam os dias de espera: eles escreveram em documento que nos querem visitar? Resposta, sim! Não vêm armados? Resposta, não!

Mesmo assim, alguns pequenos distraídos do barco no qual Bula-bula costuma viajar não quiseram desta vez embarcar. Arrependeram- se quando de volta lhes foi informado que a viagem foi tranquila e que, afinal, a bombordo descobriram-se relações fortes de cá com os de lá. Não foi a brincar, não!

As razões não são poucas para crer na metamorfose. Bula-bula, sempre crente, e numa quadra festiva que exclui os descrentes, adianta até que não nos podemos surpreender se aquela boa gente que nos veio visitar dia de amanhã possa perceber que sem armas nos podemos entender muito bem e ganharia, quiçá, mais adeptos. Passará, quiçá, a contar com aqueles temorosos que, como os do dia da visita, não quiseram viajar com medo das metralhadoras, provavelmente empunhadas pelos hóspedes. Oxalá tudo continue nos carris!

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