Bula Bula

Partiram as molas do edil Amurane

A ciência continua a registar avanços e o mais recente foi mesmo a descoberta do último(?) órgão no corpo humano, o tal de mesentério que está a animar os debates no mundo da anatomia. Lá no Norte do país, justamente na capital, a discussão, por todos os cantos, é à volta das molas do edil Mahamudo Amurane, que se diz partidas por maus-tratos de quem foi confiada a missão de cuidar delas, reduzindo, por conseguinte, as habilidades do autarca para subir alturas ou amortecer dores frequentes por estes dias.

Mas as molas de Nampula não têm a ver com a anatomia, porque não humanas, mas com os autocarros que se pensavam seriam a solução do crónico problema de transporte público naquela cidade. Amurane fez quase tudo lindo: comprou autocarros, contratou condutores e cobradores e fez festa à brava no dia da inauguração.

Estilou como pôde para as selfies de ocasião e lançou-se para o mercado, (des)confiando a missão da manutenção a um grupo de inexperientes.

Meia volta aqui, uma volta ali, os autocarros começaram a cantar e a dançar, deixando, por fim, de garantir receita esperada para a tesouraria municipal. O parqueamento ficou pequeno porque não mais os autocarros saiam à rua, ao estilo dum filme semelhante exibido há anos noutra cidade capital.

Os salários e prémios dos trabalhadores começaram a minguar e a greve foi chamada como solução temporária. Os contratos dos agentes municipais não são localizados porque inexistentes, embora as vozes da edilidade o desmintam, sem se esforçar para provar o contrário da “vox populi”.

Mais: para o executivo municipal, os trabalhadores sabotaram as molas dos autocarros por isso devem ser exemplarmente castigados. As molas já nem sequer cantam, porque despedaçadas.

Os trabalhadores juram de pés juntos e aos 32 dentes que não foram eles a sabotar as molas e até tudo fizeram para proteger o tesouro do edil, até porque devidamente informados de que em algumas vias da cidade há mais buracos que propriamente estradas. Os buracos nas estradas não são chamados a defender-se porque nem de binóculos os dirigentes municipais os vêem…

Amurane só quer as suas molas e mais nada…

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