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16 de Agosto de 2015 editorial O papel social dos jogos escolares

Por admin

Sob o lema “Estudantes Solidários e Proactivos”, a nação desportiva escolar está reunida desde ontem na capital provincial de Cabo Delgado no âmbito da realização dos XII Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolares. Foram criadas todas as condições – dentro do possível, entenda-se – , para que o ambiente seja propício para a criação de novas amizades e consolidação do espírito de Unidade Nacional.

No desporto cultivam-se valores sócias que moralizam os envolvidos. Há que ter em conta o valor da prática desportiva na construção social do indivíduo. As regras que regem as modalidades desportivas, longe de serem apenas uma cartilha a seguir, ensinam valores com a lealidade, o fairy Play, o respeito pela integridade física do outro, a importância da solidariedade e, acima de tudo, ajudam a combater possíveis estigmas e preconceitos… afinal, durante os jogos, jovens de todas as 11 províncias do país, cada uma delas com as suas especificidades e manias, diga-se, acotovelam-se pelos corredores antes de medirem forças nos campos e pistas. O desporto é uma actividade física, regulamentada, individual ou colectiva, em que a finalidade é alcançar o melhor resultado ou vencer de forma leal a competição. A tentativa constante de superação e pela busca dos limites das capacidades de cada um, fazem parte do desporto. Tudo isto requer uma interacção da inteligência, da vontade e do corpo, exigindo, por vezes, sacrifícios. Como todos sabemos, o desporto tem adquirido, cada vez mais, uma grande importância na sociedade. Apresenta um carácter de coesão social e de consolidação da cidadania, assumindo assim um papel primordial no processo de socialização do Homem, principalmente porque as actividades desportivas estão ligadas ao desenvolvimento social.

As políticas de formação para jovens desportistas devem ser incentivadas. As federações desportivas, se necessário em parceria com os poderes públicos, devem tomar medidas necessárias para a preservação da capacidade de formação dos clubes nelas filiados e para a qualidade da mesma formação. Deve igualmente ser dispensada uma atenção específica à educação e à formação profissional dos jovens desportistas de alto nível de tal sorte que a sua inserção profissional não seja comprometida pela sua carreira desportiva, mas também ao seu equilíbrio psicológico e aos laços familiares e a sua saúde, nomeadamente a prevenção contra práticas maléficas como sejam o uso do doping e a adulteração das idades. As organizações desportivas devem supervisionar todas as actividades que envolvem desportistas menores de idade, para aferirem se as mesmas não põem em perigo a saúde e o bem-estar dos jovens desportistas. Importa igualmente, se for necessário, preparar medidas adequadas.

Também com a evolução da tecnologia dos meios de comunicação, as vias de acesso e os percursos das deslocações dos espectadores até aos recintos desportivos sofreram melhorias, ocorrendo assim, transformações significativas no desporto, manifestando-se isto nos eventos desportivos. O processo de socialização do Homem passa pelo Desporto e pela Educação Física, verificando-se que as actividades desportivas estão relacionadas com o desenvolvimento social, pois a prática do desporto é um grande fenómeno de coesão social.

O acima exposto encontra eco nas palavras do Presidente da República, Filipe Nyusi que, na cerimonia de abertura dos Jogos Escolares disse que o XII Festival Nacional dos Jogos Desportivos Escolares que aqui tem lugar, remete-nos na nossa qualidade de gestores para uma reflexão profunda e conjunta a respeito do verdadeiro alcance dos festivais que regularmente realizamos. É nossa intenção, transformar os Jogos Escolares numa autêntica estufa de plantas melhoradas para ocuparem o viveiro do desporto nacional, que clama por mais qualidade e melhor competitividade. Interessa-nos que o festival de Cabo Delgado, seja o ponto de partida para uma ainda melhor abordagem do que fazemos com tamanha riqueza que a nossa estufa de talentos ostenta e que o nosso viveiro de craques cria. Teremos que descobrir o mais rapidamente possível a razão por que a jusante nos contradiz com a qualidade dos resultados que apresentamos, quando já adultos somos chamados a representar a nação, no conjunto de outras nações da região e do mundo.

Nunca é demais recordar que também  no desporto, a violência, o doping, a corrupção são desvios de conduta, isto é, comportamentos individuais ou em grupo que desrespeitam ou subvertem os códigos de comportamento definidos pelos padrões éticos, sociais e culturais em vigor. Estes factos devem ser combatidos em toda a sua dimensão. Não acrescentam nenhum valor nem aos seus praticantes, nem ao desporto e muito menos a Nação.

O desporto sofreu, ao longo dos últimos anos, uma grande transformação. No início, na prática desportiva, valorizava-se, principalmente, a força e a potência, seguidamente, o rendimento e a produção de resultados, e finalmente, a destreza atlética. Tudo isto se relaciona com o desporto à escala mundial e o “espectáculo desportivo”, tão admirado, cada vez mais, pelo público.

Do Desporto, fenómeno tão importante, resultam outros fenómenos, tais como o turismo, o lazer, a publicidade, os patrocínios, e a própria indústria do comércio desportivo. Entretanto, tanto a nossa sociedade, como as outras, são definidas também pelo desporto que praticam, em que este é determinado pela cultura e a sociedade pertencente. Os desportos podem ser variadíssimos e alguns são o estereótipo de cada país, mas existe algo que têm de ter em comum: os seus valores.

 

 

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