As cheias que se verificaram um pouco por todo o país, no início do ano, afectaram negativamente as exportações, representando um agravamento em cerca de 40 por cento, se comparado
com o período homólogo de 2012, factor explicado pelo incremento do défice da conta de bens, em cerca de 68 por cento, em face do decréscimo das exportações dos grandes projectos em 2.2 por cento.
Dados avançados pelo Banco de Central indicam que o agravamento do défice da conta de bens resultou, igualmente, do aumento das importações em cerca de 30 por cento, com maior ênfase para os combustíveis e as importações de grandes projectos.
Aliás, ainda como resultado das calamidades verificadas nos primórdios deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu, em termos anuais, em cerca de cinco por cento, no primeiro trimestre deste ano, um aumento que representa uma desaceleração da actividade económica em quatro pontos percentuais, em relação ao registado no semestre anterior, afectada pela queda de produção do sector agrícola, electricidade e águas.
“Verificamos quedas de exportação do alumínio e produção alimentar, afectando desta forma a indústria transformadora. No entanto, os sectores de indústria extractiva mineira, construção e dos transportes e comunicações continuam a revelar-se os mais dinâmicos da economia, tendo contribuído para o crescimento anual com cerca de quatro pontos percentuais”, referiu Waldemar de Sousa, Porta-voz do Banco de Moçambique.
Ainda no mesmo quadro, o Banco de Moçambique fez saber que os preços das mercadorias importadas e exportadas decresceram durante o primeiro semestre do ano em curso. No que concerne à importação, destaque vai para a aceleração no aumento do preço do trigo, a partir de mês de Março, explicada pela interrupção da exportação por parte da Argentina que é um dos maiores produtores e exportadores.
Entretanto, o barril do petróleo registou um abrandamento motivado pela instabilidade política existente no Egipto e Síria. Enquanto isso, os preços dos produtos exportados por Moçambique mantiveram, na generalidade, a tendência de redução, com a excepção do algodão devido a redução de oferta no mercado internacional.
Waldemar de Sousa disse ainda que em termos estruturais, a agricultura, pecuária, silvicultura se apresentam como ramos com maior participação na economia, com um peso de cerca de 23 por cento na produção global. Porém, a contribuição para o crescimento anual, no semestre em análise, foi negativa.
