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EDM procura melhorar energia para o Norte de Maputo

Por admin

A empresa Electricidade de Moçambique (EDM) está a investir 215 milhões de meticais, na construção de uma nova linha de transporte de energia, que vai estabelecer a ligação entre as subestações de Infulene e do Zimpeto, por forma a garantir o fornecimento de energia de qualidade à zona norte da cidade de Maputo, designadamente a vila de Marracuene, o Município da Manhiça e alguns bairros do Município da Matola.

A construção desta linha, com uma extensão de nove quilómetros e uma capacidade de 120 megawatts, visa substituir a antiga linha de apenas 38 megawatts, denominada DL-5, que tem estado na origem de frequentes cortes, restrições e oscilações no fornecimento de energia àquelas zonas.

De acordo com Neves Xavier, director da Área de Serviço ao Cliente da Cidade de Maputo, o projecto de substituição da antiga linha de transporte de energia teve início há mais de um ano, mas ainda não foi concluído, devido a alguns constrangimentos verificados nos espaços por onde devem ser implantados alguns dos 43 novos postes.

"Trata-se de alguns troços dos espaços reservados para a instalação de infraestruturas da EDM, que estão ocupados por alguns populares que ergueram quintas ou outro tipo de propriedade privada", explicou Neves Xavier, acrescentando que "neste momento de implementação do projecto devia haver uma colaboração e sensibilidade, no sentido de os ocupantes cederem os espaços para permitir o contínuo desenvolvimento da linha".

Enquanto isso não acontece, a EDM tem vindo a negociar, explicando as pessoas sobre a importância da nova linha, daí a demora na conclusão deste projecto, que vai beneficiar os bairros de Magoanine, Zimpeto, Kongolote, Malhazine, Guava, Cumbeza, para além de Marracuene, Bobole e Manhiça.

Nas zonas mencionadas, conforme explicou o director da Área de Serviço ao Cliente da Cidade de Maputo, existem duas linhas de alta tensão, uma das quais conta mais de 25 anos:

"A outra linha é recente, mas encontra-se em reparação, devido a uma avaria registada na zona do bairro de Malhazine, concretamente, onde a linha passa para o regime de cabo, devido à existência do Aeroporto Internacional de Maputo, razão pela qual todo o corredor do norte de Maputo está a ser alimentado através da velha linha, que igualmente alimenta as subestações de Zimpeto, Marracuene e Manhiça", referiu.

Para Neves Xavier, a resolução radical dos problemas de fornecimento de energia na cidade de Maputo passa pela implementação do projecto da EDM financiado pelo Governo moçambicano em parceria com o governo indiano, no valor de 250 milhões de dólares norte-americanos.

Este projecto tem o seu término previsto para 2018 e consiste, conforme explicou, na reabilitação e reforço das infra-estruturas eléctricas de média, alta e baixa tensão da cidade, parte das quais foi construída há mais de 25 anos.

"O que a EDM tem estado a fazer neste momento é tomar soluções transitórias, por forma a garantir o fornecimento satisfatório de energia ao nossos clientes, uma vez que Maputo regista um crescimento acentuado da carga, devido ao desenvolvimento de infraestruturas urbanas", finalizou. 

Entretanto, a EDM vai beneficiar, a partir de 2017, de cerca de 50 megawats de um total de 300 a serem produzidos pela Central Termoeléctrica a Carvão de Moatize, cujo contrato de concessão de 25 anos, foi assinado, esta sexta-feira, em Maputo, pelo Governo e o consórcio Acwa Power Moatize Termoeléctrica.

A construção do novo empreendimento energético, na área de concessão mineira da Vale Moçambique, na província de Tete, representa um investimento de cerca de 1.000 milhões de dólares norte-americanos.

Durante a fase de construção, o projecto vai empregar 1.470 trabalhadores moçambicanos, dos quais 130 permanecerão no período de operação da central térmica.

Intervindo na ocasião, o ministro da Energia, Salvador Namburete, disse ser "inquestionável o papel e a contribuição do projecto Termoeléctrico de Moatize, na matriz energética de Moçambique, na óptica do desenvolvimento e aproveitamento sustentável do potencial energético de que o País dispõe".

"A capacidade de 300 megawats a ser instalada na primeira fase do projecto irá proporcionar a disponibilidade de energia eléctrica para a satisfação efectiva das necessidades de desenvolvimento socio-económico de Moçambique, bem assim responder às necessidades de médio prazo, em termos de energia eléctrica, cujos níveis de consumo têm vindo a registar um crescimento assinalável nos últimos anos, em virtude de um número cada vez maior de moçambicanos a beneficiar de energia da Rede Eléctrica Nacional", referiu o governante.

Com a assinatura do contrato de concessão, a Acwa Power Moatize Termoeléctrica passou a dispor do mais importante instrumento para prosseguir com todas as acções de construção da central térmica, incluindo a conclusão dos contratos de compra e venda de energia, financiamento, contratação de fornecedores e empreiteiros para o empreendimento.

Augusto de Sousa Fernando, presidente do Conselho de Administração da Electricidade de Moçambique, considerou que os cerca de 50 megawats que a EDM vai beneficiar vão ajudar a equilibrar o balanço do fornecimento de energia no País.

"Neste momento, naquilo que é o consumo de País, 99 por cento é proveniente de fontes hídricas, o que é um risco muito grande, porque em caso de uma seca, nós podemos ficar sem energia e a produção com recurso ao carvão mineral é uma forma de diversificar as fontes de energia", indicou. 

Augusto Fernando acrescentou que a energia da Central Térmica de Moatize vai ainda ajudar no fornecimento de energia de qualidade, sobretudo na região de Tete, onde temos muitos projectos de desenvolvimento a acontecer.

Disse ainda esperar que haja oportunidade para "expandir esta central, pois estamos a crescer cerca de 100 megawats por ano, pelo que os 50 megawats que vamos receber serão já consumidos praticamente, daí que esperamos que haja iniciativa de se avançar com a segunda fase do projecto, por forma a aumentar o nosso balanço energético".

Para o presidente da Acwa Power Internacional, Paddy Padmanath, o contrato de concessão ora assinado "permite-nos concluir o processo de financiamento e começar a construção do empreendimento ao mais alto nível". 

 

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