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Cheias poderão influenciar negativamente na inflação

Por admin

As previsões do Banco de Moçambique (BM) para o primeiro trimestre de 2015, bem como para todo o ano apontam para alguma aceleração da inflação (aumento contínuo e generalizado de preços dos bens e serviço) no território nacional, motivada, sobretudo, pelo impacto das cheias no que concerne à oferta de bens alimentares, alinhando-se cada vez mais com a meta de 5.5 por cento definida pelo Governo.

Ainda segundo dados do BM, a trajectória da inflação neste período poderá ser atenuada pela estabilidade da taxa de câmbio face ao dólar norte-americano e ao rand, bem como pela tendência recente de estabilização de preços na África do Sul.

As projecções da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB) resultam da avaliação de alguns indicadores, nomeadamente a Base Monetária (soma de todas as notas e moedas emitidas pelo Banco Central) que para 2015 assume, em termos de variações anuais, uma trajectória consistente com os objectivos macroeconómicos definidos para 2015.

Por outro lado, as projecções apontam para uma aceleração da desvalorização efectiva do metical em relação às moedas dos principais parceiros comerciais, determinada, fundamentalmente, pelas perspectivas do fortalecimento do dólar norte-americano, rupia, da Índia, e yuan, da China, reflectindo optimismo quanto à recuperação destas economias ao longo do ano.

Aliás, com a contínua queda dos preços do petróleo no mercado internacional e a previsão de estabilidade da taxa de câmbio, projecta-se a manutenção do preço dos combustíveis líquidos no mercado doméstico para 2015 e 2016. Enquanto isso, os preços de energia, água e transportes serão ajustados durante o período.

Segundo dados revelados pelo Banco Central, os principais riscos associados às projecções de inflação, no cenário internacional, estão ligados à queda acentuada dos preços das mercadorias no mercado internacional com impacto na balança de pagamentos e no cabaz do Índice do Preço no Consumidor (IPC), com uma redução dos preços do barril de petróleo e de carvão.

Existe uma tendência generalizada da actividade económica a nível dos principais parceiros comerciais de Moçambique, o que poderá afectar negativamente a procura externa e, por via disso, a procura agregada.

No cenário nacional, a ocorrência de inundações nas zonas centro e norte resultam em constrangimentos na mobilidade de pessoas e bens e na redução da oferta de produtos alimentares, nomeadamente frutas, vegetais e cereais. Por outro lado, pressões políticas poderão comprometer a estabilidade macroeconómica e o ambiente de negócios no país.

No que concerne ao ano passado, no último trimestre, a inflação média anual, de doze meses, manteve o seu ritmo de abrandamento iniciado em Janeiro de 2014, em linha com a desaceleração anual, passando a fixar-se nos 2,29 por cento, depois de chegar aos 2,87 por cento em Setembro e 4,21 por cento no fecho do ano passado.

O comportamento da inflação anual da cidade de Maputo tem seguido o sentido de abrandamento de preços da maior parte de bens alimentares e bebidas alcoólicas de produção local e importados, embora com ligeira volatilidade (mudanças frequentes) dos preços da classe de frutas, vegetais e leguminosas.

Segundo dados do Banco de Moçambique, este abrandamento foi reforçado pela desaceleração dos preços da classe de outros bens e serviços, com destaque para a queda anual de preços de bens e serviços de lazer, recreação e cultura, serviço de transportes, mobiliários, entre outros, incluindo alguns bens importados.

Angelina Mahumane

vandamahumane@gmail.com

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