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Peneira do Maxaquene tem muitos furos e já não tapa o sol

Por admin

 Os jogadores da equipa principal de futebol do Maxaquene, campeão nacional em título, não se treinaram na passada quarta-feira em protesto a falta de pagamento de prémios e dois meses de

 duodécimos de contratos. Dia seguinte, quinta-feira, a ordem foi restabelecida.

Mais uma tempestade abalou os “Maxacas”. Desta vez motivada por um curto-circuito no diálogo entre a direcção do clube e a equipa principal de futebol.

O ruído na comunicação causou um mal-estar nos jogadores, culminando com a paralisação do trabalho e consequente gazeta ao treino da última quarta-feira, isto porque os atletas só estiveram disponíveis numa altura que o treinador Arnaldo Salvado julgou inapropriada.

Sucede que o Maxaquene está a proceder ao pagamento de contratos dos atletas através de duodécimos, isto é, em fatias mensais.

Nos meses de Maio e Junho o pagamento de duodécimos de contratos não foi efectivado. Nas contas bancárias, os jogadores só encontraram valores correspondentes aos salários, sem qualquer explicação prévia da direcção do clube.

Na sequência, solicitaram um encontro com a direcção para quarta-feira, reunião que se prolongou, e, por isso, à hora marcada para os treinos, não se apresentaram às ordens do treinador Arnaldo Salvado.

Arnaldo Salvado que qualifica de “legítima” a atitude dos jogadores, apesar de não concordar que a paralisação de actividades seja a melhor alternativa, porque, sustenta, o clube passa por dificuldades e são demais conhecidas.

– Procuro motivar os jogadores, porque não treinar não é a melhor solução. A equipa perde capacidade física e desconcentram-se do seu objectivo.

O técnico entende que os jogadores podem continuar a reivindicar, mas sempre a treinar-se, até porque os problemas financeiros do Maxaquene não são de hoje.

– Não há capacidade financeira do momento e a direcção não pode fazer milagres, é por essa razão que de ano a ano temos vindo a perder jogadores nucleares para outros concorrentes ao título. É público que um dirigente de clube adversário reclama dívidas ao Maxaquene e o clube informou que do momento não tinha fundos. Em 2003 tivemos situações piores e fomos campeões nacionais e no ano passado enfrentamos também este tipo de dificuldades.

No entanto, Salvado entende a atitude dos atletas porque estão informados do que acontece noutros clubes e no Mundo, através da comunicação social.

– Esta geração de atletas é diferente. Em 2003 ficávamos dois meses sem salário e eu até cheguei a pagar-lhes. Agora a mentalidade dos jogadores é outra e os jogadores acabam enveredando por este tipo de atitudes.

Sendo públicas as dificuldades financeiras do Maxaquene, Arnaldo Salvado não percebe por que razões um dirigente do clube, vale dizer Alexandre Chivale, veio a público insinuar que um membro da estrutura de futebol com poderes agitou os jogadores para não se treinarem.

– É lamentável quando alguém que poucas vezes está presente no clube, não sabe o que se faz aqui, tenta camuflar, enganar o público, tapando o sol com a peneira, porque no caso do Maxaquene a peneira tem muitos furos e já não tapa o sol.

Para o treinador, o racional, no caso do Maxaquene, é assumir as dificuldades e encarar o problema de frente.

– Há dívidas com os técnicos e jogadores referentes a prémios e contratos. É uma situação real que internamente temos de saber ser honestos e enfrentá-la para continuar a perseguir os objectivos do clube.

Fundamenta que o sol é abrasador e a tentativa de tapá-lo com uma peneira não é correcta, e só pode vir de alguém que não respeita os profissionais que estão no Maxaquene.

 

VAMOS DAR O MÁXIMO

 

Apesar da tempestade que abalou a equipa, Arnaldo Salvado mantém convicção de que o Maxaquene continua candidato ao título, mantendo-se, aliás, no pelotão à frente do campeonato.

Reconhece que, diferentemente da época passada, na presente os “tricolores” são irregulares nas exibições e resultados, tendo sido assolados por uma elevada onda de lesões desde o início do “Moçambola”.

A equipa não está bem, temos que nos concentrar na questão psicológica, para além do défice de qualidade e a enorme quantidade de lesões que estamos a registar. Contudo, estamos aqui para dar o máximo e continuaremos na luta pelo título– sublinhou Salvado.

O técnico vincou que os dirigentes devem assumir suas responsabilidades “porque da nossa parte, treinadores e jogadores, estamos comprometidos em continuar a alegar os adeptos do Maxaquene. Continuamos com esperança de renovar o título e para tal é fundamental a motivação dos atletas”.

Qualificou a tempestade ocorrida como “um grande passo para o insucesso”, mas espera que a ambição pessoal do treinador e jogadores suplante “uma situação que se arrasta desde 2003 e que até agora não tem solução”.

 

Custódio Mugabe       

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