O Ministério do Trabalho (MITRAB) autorizou os clubes do “Moçambola” a regularizarem a situação de jogadores estrangeiros ilegais até 1 de Janeiro de 2014. A partir daí, a ministra Helena Taípo
não quer mais conversa.
Os clubes que ainda não terminaram os processos de legalização de seus jogadores e treinadores poderão o fazer até o fim do campeonato nacional, sem prejuízos desportivos.
Todavia, num encontro mantido entre a direcção do MITRAB, clubes, federação e liga de futebol, ficou assente que é necessário acelerar o passo, e, sobretudo, que a posição do Governo não é de má-fé.
O MITRAB vai trabalhar com os clubes todo este ano, a partir de 1 de Janeiro de 2014 não queremos mais conversa– rematou a ministra Helena Taípo.
A governante congratulou-se pelo facto de haver unanimidade entre os clubes de que a “situação actual não é boa”, portanto, são necessárias acções conjuntas para estabelecer a ordem.
A GÉNESE DA INSPECÇÃO
Falando a jornalistas instantes depois da reunião de sexta-feira passada, a ministra Helena Taípo fez questão de contextualizar a ofensiva do ministério que dirige ao futebol.
Contou que nos últimos anos, o MITRAB recebeu famílias de jogadores e músicos perecidos solicitando apoio para despesas funerárias e pensões.
Perante os pedidos, os técnicos do MITRAB constataram que em quase todos casos tratava-se de artistas que em vida não descontaram para a segurança social, conforme o estabelecido por lei.
Foi triste ver as famílias regressarem sem respostas positivas. Realizamos a inspecção nos clubes de futebol e detectamos que mais de 200 profissionais não contribuem para a Segurança Social– observou a ministra.
Para além de falta de desconto para a segurança social, os inspectores constaram que em muitos clubes não é pago o seguro de trabalho dos jogadores e que a contratação de profissionais estrangeiros não segue as regras.
Constatamos que estavam a entrar no país cidadãos estrangeiros com mais de 30 anos, através dos clubes, alegando que são jogadores de futebol. Os clubes não podem servir-se do desporto para introduzir ilegalmente pessoas no mercado do trabalho– sublinhou.
Explicou que o aparecimento de inspectores nos campos de futebol deveu-se à “arrogância dos clubes”, e o campo é local de trabalho, é onde se jogo e, por isso, é onde devem estar os inspectores.
O Governo não está contra pessoas, mas contra irregularidades. Queremos que os estrangeiros tenham visto de trabalho antes de entrar no país –clarificou.
Ajuntou que o Governo deseja, também, uma formação profissional dos atletas, daí que “o estrangeiro deve ser contrato se tiver qualidade superior ao nacional”.
Manifestamos o nosso desapontamento porque os clubes nacionais devem preocupar-se com a formação. Sentimos que precisamos de reorganizar o nosso futebol– comentou.
Vamos responder às exigências da lei
O presidente da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), Alberto Simango Jr., saiu da sala de reuniões do MITRAB a sorrir, como o fazem os jogadores depois duma vitória.
Mas logo tratou de esclarecer que “podemos ter sido mal interpretados nalgum momento, mas nunca fizemos braço-de-ferro com o Governo”.
Explicou que desconhecia totalmente que os clubes eram usados como porta de entrada de estrangeiros em Moçambique para fins não desportivos.
– Vamos responder às exigências da lei. O trabalho não termina hoje. O desejo é regularizar as situações agora, não esperarmos pelo próximo ano.
Comentou a preocupação da ministra Helena Taípo relativamente a formação de jogadores nos clubes moçambicanos, lembrando que é obrigatório aos participantes no “Moçambola” movimentarem equipas juvenis.
Reiteramos que a formação no “Moçambola” é obrigatória, porque todos queremos que o nosso futebol melhore o actual nível –observou.
TAÇA COSAFA
“Mambas enfrentam Zâmbia
A Selecção Nacional de Futebol “Mambas” enfrenta hoje a Zâmbia, na cidade de Kitwe, em desafio a contar para os quartos-de-final do Cosafa.
O combinado moçambicano está na Zãmbia desde a passada terça-feira, ido do Malawi, onde realizou um jogo amigável com o Malawi, terminado com uma vitória nacional por um a zero, com Josimar a marcar o único tento.
O treinador interino dos “Mambas”, João Chissano, considera que uma vitória sobre a Zâmbia poderá ser decisiva para a prestação moçambicana no torneio.
Reconhece o poderio e historial positivo dos “Chipolopolo” nos desafios com Moçambique, mas tem fé no querer da juventude actual que milita nos “Mambas”.
Os “Mambas” nunca conquistaram a Taça Cosafa, tendo sido finalistas vencidos em 2008, quando perderam por 2-1 frente a África do Sul.
Para este torneio, foram convocados os seguintes jogadores: Gervásio e Soarito (Guarda-redes); Chico, Dito, Miro, João Mazive, Dário Khan, Calima e Milton (Defesas); Momed Hagy, Manuelito II, Stélio, Diogo, Kito, Nando e Belito (Médios); Mário, Sonito, Reginaldo e Josimar (Avançados).
Custódio Mugabe
