Ao perder com Portugal na partida de acesso às meias-finais do 41º Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, que terminou ontem, em Angola, Moçambique saiu do grupo das quatro melhores selecções mundiais.
Ainda que não tenha alcançado esse sonho (melhorar ou manter o quarto lugar), os elementos da delegação moçambicana consideram que a continuidade no grupo "A", desta vez como uma das oito melhores do mundo, faz com que se diga que não foi uma má campanha.
Entretanto, a saída do grupo dos quatro melhores do planeta poderá pesar na constituição dos grupos para o próximo "Mundial", uma vez que Moçambique deixa de ser cabeça de série.
Há unanimidade em considerar-se que o cruzamento com Portugal nos quartos-de-final não era o desejado devido ao potencial da selecção lusa e tal confirmou-se.
Mas também não é menos verdade que Moçambique falhou ao sair derrotado diante da Itália. Se tivesse vencido a Itália o adversário a seguir teria sido Chile e aí as hipóteses teriam sido 50 a 50 por cento.
Entretanto, depois de ter cumprido o último jogo ontem, a selecção deixa Luanda nas primeiras horas de hoje, com destino a Maputo, onde espera desembarcar às 17.00horas.
Continuamos a ser
a melhor selecção africana
– José Querido, seleccionador nacional
Apesar de não esconder que gostaria de ter conseguido no mínimo igualar o quarto lugar de há dois anos, o seleccionador nacional, José Querido, não está triste com a campanha.
Querido afirma que nem tudo correu mal, destacando o facto de Moçambique ter conseguido manter-se como a melhor selecção africana de hóquei em patins.
– É claro que não melhoramos nem igualamos o quarto lugar do último "Mundial", mas não podemos pensar que não foi uma boa campanha. É preciso lembrar a todos que Moçambique contínua a ser a melhor selecção de hóquei de África, o que não é de menor importância,sublinhou.
Para o técnico, desta vez Moçambique não conseguiu fazer melhor porque no caminho para as meias-finais encontrou Portugal, que é uma selecção de grande qualidade e que leva sempre vantagem diante de Moçambique.
– Tivemos que enfrentar uma selecção que é apontada como sendo uma das fortes candidatas ao título o que tornou esse sonho (quarto lugar) difícil. Não conseguimos repetir o êxito, mas há que dar parabéns aos meus jogadores porque durante a competição conseguiram honrar a camisola que vestem. Nunca desistiram apesar de terem entrado na competição a perder, disse.
Quando questionado sobre qual era a verdadeira selecção de Moçambique: aquela que ficou em quarto ou esta que está nos oito lugares, o treinador lembrou que as realidades dos países participantes são diferentes.
– É importante que não se esqueçam que há grandes diferenças entre as selecções presentes. Em Moçambique, por exemplo, ainda estamos numa fase de desenvolvimento do hóquei, com a criação de escolas de patinagens pelo país. isso demora algum tempo Neste momento Moçambique não tem o mesmo número de praticantes da modalidade como tem, por exemplo, Angola, Portugal, Itália ou Espanha.
Não é de todo mau
– Kiko, capitão da selecção
Para o capitão da Selecção Nacional, Spiros "Kiko" Esculudes, estava claro à partida que seria bastante complicado igualar o sucesso do "Mundial" de há dois anos, daí que o importante é destacar o facto de não ter ficado na primeira fase.
– Sempre disse que o quarto lugar era um sonho e que para atingir era preciso muito trabalho. Fizemos o que podíamos mas a grandeza de Portugal não nos deixou fazer mais. Não estamos tristes com isso.
Mesmo assim, o jogador mais utilizado dos que actuam no campeonato interno considerou que não podemos classificar a participação como tendo sido desastrosa.
– Fizemos o que podíamos para igualar o quarto lugar, que para nós é histórico. O que conseguimos aqui continua a ser bom para a nossa realidade, pois estamos entre as oito melhores selecções do Mundo. Isso não é de todo mau.
