Os campeonatos nacionais de atletismo, recentemente realizados na pista do Estádio Nacional do Zimpeto, aqui em Maputo, reunindo centenas de atletas, vieram demonstrar que se tivéssemos pistas de qualidade espalhadas pelas províncias Moçambique apareceria em campeonatos africanos e mundiais com postura atlética elevada e pronto para ganhar medalhas que agora só nos são trazidas por atletas portadores de deficiência.
Dos juvenis aos seniores, cada província trouxe algo de esperança. Uns correndo descalços e outros calçados, assistiu-se a um atletismo que só não se iguala ao que nos é posto a ver pelas televisões porque muitos dos seus protagonistas só correm na pista quando podem estar na capital do país, no Estado Nacional do Zimpeto, já que a histórica pista do Parque dos Continuadores o diabo deixou que se estragasse.
Se os atletas de Niassa, Manica, Zambézia, Tete, Gaza, Cabo Delgado, Nampula, Inhambane, Sofala pudessem se preparar em pistas com piso semelhante ao de Zimpeto os campeonatos nacionais produziriam aquilo que muito precisamos para os campeonatos africanos, mundiais e jogos olímpicos. Não pode dizer que temos pistas apontando a de Inhambane, de Niassa ou de Moatize, porque nelas nem se devia admitir corridas de cavalos.
Não havendo pistas de qualidade, nem material electrónico de medição de tempos e marcas, continuaremos a ter campeonatos nacionais de atletismo de enganarmo-nos. Basta dizer que os tempos e marcas obtidos no Estádio Nacional do Zimpeto não servem para nada em África e no Mundo. Temos que correr na construção de mais pistas e na compra de material electrónicos para tempos e marcas aceitáveis no atletismo mundial.
