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Atletas buscam mínimos olímpicos no estrangeiro

Por admin

O Comité Olímpico de Moçambique (COM) já tem garantido oito bolsas para a preparação de atletas de modalidades individuais tendo em vista a participação de Moçambique nos Jogos Olímpicos Rio de Janeiro – 2016. O basquetebol sénior feminino é a especialidade colectiva eleita para beneficiar dos fundos da Solidariedade Olímpica para atacar a qualificação ao evento planetário.

O atletismo – modalidade rainha dos Jogos Olímpicos – tem o maior número de atletas, num total de três, com a particularidade de cada um estar num país específico.

Alberto Mamba foi o último a deixar o país no passado dia 10 de Fevereiro corrente. Seguiu para o Centro de Eldorado, no Quénia, onde vai tentar obter o mínimo olímpico para a prova de 800 metros.

O primeiro ciclo de preparação de Alberto Mamba termina em Agosto, altura que o atleta deverá regressar a Maputo. Mamba não seguiu antes devido a questões burocráticas, mormente a diferença de opções entre o Comité Olímpico e a federação de atletismo.

A federação queria que o atleta seguisse para o Brasil ou África do Sul, mas a resposta dos brasileiros foi de que o centro disponível era especializado em provas de saltos, depois da transferência do staff anterior para Colômbia.

A preparação na África do Sul não foi viável porque a Solidariedade Olímpica não aprovou. A acontecer, teria que ser o Comité Olímpico moçambicano a arcar com a maioria das despesas, à semelhança do que sucede com o barreirista Kurt Couto.

Alberto Mamba já está a treinar-se no Quénia e o primeiro relatório técnico do atleta deverá ser enviado a Maputo durante o mês de Março próximo.

Em Dakar, Senegal, encontra-se o barreirista Creve Machava desde 8 de Janeiro passado. O primeiro relatório técnico enviado ao Comité Olímpico indica progressos do atleta.

Tal como revelou Benedito Jonas, coordenador do Gabinete Técnico do COM; os treinadores do Centro de Alto Rendimento de Dakar já identificaram os pontos fortes e fracos de Creve Machava.

– Creve Machava está bem e os treinadores já detectaram o trabalho que ele deve fazer para corrigir os erros técnicos. É um atleta que tem mínimos para o Campeonato Africano de juniores e com largas possibilidades de qualificar-se para os Jogos Olímpicos, anotou Jonas.

O Campeonato Africano de Juniores terá lugar na primeira de Março próximo, em Addis-Abeba, capital da Eiópia.

Por último, no atletismo, o melhor atleta moçambicano da actualidade e já com experiência nos Jogos Olímpicos, Kurt Couto, beneficia duma bolsa na África do Sul desde Setembro passado.

O atleta teve uma interrupção no início do ano, tendo já regressado a África do Sul onde segue com o programa de preparação.

À semelhança da nadadora Yanna Sonneichen, a treinar-se nos Estados Unidos da América, Estado de Texas, Kurt Couto beneficia duma bolsa mensal de mil dólares, valor transferido pelo COM.

Creve Machava e Alberto Mambo têm despesas pagas pelos respectivos centros de treinamento, recebendo um subsídio de 500 dólares mensais cada.

BASQUETEBOL SUPERA

FUTEBOL E VÓLEI DE PRAIA

O Comité Olímpico de Moçambique elegeu três modalidades colectivas para beneficiar duma bolsa desportiva no âmbito dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Futebol, voléi de praia e basquetebol foram as especialidades escolhidas, considerando as suas características e potencial para uma qualificação.

Por fim, o COM elegeu o basquetebol feminino, modalidade que no ano 2014 teve a sua estreia num Campeonato do Mundo, no caso na Turquia.

Benedito Jonas explicou que “tivemos em consideração o desempenho da selecção de basquetebol desde os Jogos da Lusofonia e outras competições. Foi a selecção que apresentou os melhores indicadores”.

Assim, a selecção nacional terá suporte financeiro para toda preparação, incluindo estágios e jogos de controlo no estrangeiro.

O ESTRANHO CASO DO BOXE

O boxe nacional acaba de registar um caso estranho. A federação enviou uma carta ao Comité Olímpico de Moçambique indicando a desistência da pugilista Maria Manuela da bolsa para o Cazaquistão.

Perante a situação, o COM comunicou à Solidariedade Olímpica, solicitando também que a mesma bolsa fosse redicionada para um outro pugilista no mesmo país.

A Solidariedade Olímpica ainda não respondeu, havendo três atletas que se perfilam para o lugar, nomeadamente Juliano Máquina, Augusto Matule e Bernardo Marrime, este último a residir na Irlanda.

Note-se que a FMBoxe excluiu os combates femininos do campeonato nacional recentemente disputado em Maputo, num claro sinal de que este género não constitui prioridade para o elenco dirigido por Benjamim Uamusse “Big Ben”.

NEUSO SIGAÚQUE AINDA EM MAPUTO

No judo, o beneficiário da bolsa olímpica até ao momento é Neúso Sigaúque, ele que participou nos Jogos Olímpicos de Londres. O atleta está em Maputo devido ao encerramento do centro onde se treina desde Dezembro passado, no Uzbequistão.

O referido centro reabre em Março próximo e a viagem do atleta está marcada para o dia 11 de Março, com escala em Marrocos, onde vai tomar parte no Open de África.

É um Open importante porque pontua para os indicadores de qualificação dos Jogos do Rio 2016– anotou Benedito Jonas.

A fonte explicou que nesta especialidade as provas que mais pontuam são os campeonatos mundiais, Grandslam e Grandprix. “Para nós o importante é que os nossos atletas ocupem lugares entre os primeiros 22 de África, que tem apuramento directo através da quota continental”.

Edson Madeira, Marlon Acácio e Bruno Luzia estão também alistados para a qualificação, conforme observa a seguir o dirigente do COM.

– Neste momento estamos à procura de parceiros internos para apoiar a preparação dos judocas não bolseiros olímpicos, porque estão em boas posições para a qualificação.

Para já, os judocas têm oito competições asseguradas para tentar o apuramento.

Cenário semelhante é o da natação, onde apenas Yanna Sonneichein beneficia duma bolsa olímpica. Paralelamente, vários nadadores buscam mínimos com recursos próprios.

São os casos de Ahlaan Bique, Denilson da Costa e Géssica Stgano, em Maputo, Shakil Fakir, em Maputo e África do Sul, e Igor Mogne, em Portugal. Há ainda os irmãos Cuna, Érico e Emídio, a prepararem-se alternadamente em Maputo e na vizinha África do Sul.

Entretanto, a juntar às seis bolsas oficiais anunciadas, o COM acaba de assegurar mais duas bolsas internas para a canoagem. Os beneficiários são Mussa Tualbutine e Joaquim Lobo, que seguem brevemente para o Brasil.

Na terra do futebol, os velejadores vão treinar na cidade de Rio de Janeiro conjuntamente com as selecções do Brasil e de São Tomé e Príncipe.

Por outro lado, estão em curso contactos com a federação dos Jogos da Commonwealth para a concessão de quatro bolsas, devendo ser beneficiárias as modalidades de boxe e judo.

Benedito Jonas disse que todo programa de preparação em curso é realizado em sintonia com a Missão Moçambique, órgão responsável pela preparação das selecções nacionais.

Questionado sobre o nível de resposta dos centros de alto rendimento, a nossa fonte respondeu nos seguintes termos:

– A correspondência com os centros de alto rendimento está acima das nossas expectativas. Os responsáveis técnicos respondem as nossas solicitações com brevidade e tem ajudado muito os nossos atletas a todos os níveis.

Custódio Mugabe

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