Soprotecção Clube de Quelimane foi criado em 2010. O dono, João Manuel Passadas, mais conhecido por Zema, diz que a iniciativa surgiu da necessidade de permitir maior e melhor aproveitamento
do talento desportivo da Zambézia. Numa primeira fase, o esforço foi em prol do basquetebol, mas já tem projectado o “ataque” às outras modalidades.
Próximo ano, 2014, arranca com a academia de futebol à maneira brasileira.
De 2010 para cá, a Soprotecção já se qualificou em quinto lugar na Liga de Basquetebol Vodacom, em 2011, em terceiro lugar no campeonato nacional de juniores femininos, em 2011. O ano passado, 2012, foi terceiro classificado do “Nacional” de juniores masculinos. Não é tudo!
“A próxima aposta é o título de campeão nacional, em juniores e seniores masculinos”, avisa o patrão e treinador da Soprotecção, clube que, por enquanto, não tem falta de dinheiro, como se pode concluir nesta entrevista acontecida na cidade capital da Zambézia.
Para que não tarde essa conquista do título nacional, a Sopretação contratou em Maputo o que havia de melhor no basquetebol sénior masculino. Desse modo levou consigo Augusto Matos (o Gordo), ex-Desportivo, Octávio Magoliço, ex-Ferroviário de Maputo, René, Igor Matavele, Ronaldo Geneto, Ivódio, Ivan Macome, Xerindza e outros.
Do estrangeiro tem garantido a contratação de dois jogadores, nomeadamente Bayombo e Calengay, ambos da República Democrática do Congo, e que já representaram este clube. Alguns destes jogadores já receberam de adiantado cinco salários mensais.
Para que nada falhe nos próximos momentos, a Soprotecção aposta igualmente na construção de infra-estruturas próprias. Já está a ser erguido o pavilhão polivalente com capacidade para três mil espectadores, na zona de Chuabo Dengue, em espaço cedido pelas autoridades municipais de Quelimane, facto que a nossa Reportagem pôde testemunhar.
“Neste momento temos alojamento condigno para quatro equipas de basquetebol. Refiro-me a suites climatizados”, garante Zema.
O que mais motiva Zema em ocupar-se muito pelo basquetebol é o facto de ter como recompensa “o aumento de praticantes de boa qualidade na província, que por natureza está recheada de talento de basquetebol”.
E faz esforços para a Soprotecção manter bom relacionamento com a Associação Provincial de Basquetebol da Zambézia (APBZ) e com a Direcção Provincial da Juventude e Desportos (DPJD), cujo director por si é tido de “pessoa que gosta muito de trabalhar”.
ACADEMIA DE FUTEBOL NA FORJA
Engana-se quem pensa que a Soprotecção de Quelimane é somente clube de basquetebol! Já se sagrou vice e campeão provincial de futsal com os jogadores de basquetebol. Não pode estar no campeonato nacional “por ter havido um mal entendido, que não importa recordar”.
O clube pretende criar uma academia de futebol à maneira brasileira. Para o efeito, Zema diz que “ temos contactos com um técnico brasileiro para liderar a execução do projecto, isso a partir do próximo ano”.
Ele confessa que “pessoalmente sou fã do futebol brasileiro, que quero trazer para a Zambézia, cuja capital, Quelimane, sempre foi tida de pequeno Brasil, não só em Carnaval. Estamos a preparar tudo para que a academia não demore crescer”.
Em Quelimane, a ideia de Zema abraçar o futebol é bem vinda. Muitos julgam que abriria as mentes dos zambezianos para encararem a modalidade com sonhos altos do que meramente locais.
O dono da Soprotecão define-se como homem “verdadeiramente desportista”, que por ter conhecido o balneário reconhece o valor do jogador na promoção de qualquer modalidade.
Aquilo que os basquetistas da Soprotecção ganham de contrato e de salário é o que qualquer atleta, independentemente da modalidade, gostaria de receber neste país, onde são poucos os dirigentes de clube que se preocupam pelo bem-estar dos jogadores, principais fazedores do desporto.
