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Reféns do sistema

Por Idnórcio Muchanga

Estranhamente, em pleno século XXI, Bula-bula atreve-se a questionar sobre as maravilhas das tecnologias. E nem é por questão de ignorância, o que está em causa é mesmo a praticidade.

A avaliar pelas imagens que acompanham o texto, a vida dos clientes transformou-se num inferno e a dos trabalhadores bancários na coisa mais fofa do mundo. É que para estes basta saber falar, tão curta frase: “Não há sistema”, que encontra vaga para emprego. Ao que tudo indica, este é um requisito para todos os bancos comerciais. É deste modo que se garante a vaga de quem sonha em passear pelos corredores dum espaço fresco, onde se respira dinheiro. Mas do que vale tanta ostentação se tal actuação causa desprazer?

É preciso reflectir em torno das migrações e tecnologias e garantir que elas não marginalizem quem alimenta os cofres do banco. Haja respeito e coragem para assumir as insuficiências no funcionamento. De resto soa a uma piada de mau gosto. Que as alternativas alicerçadas às tecnologias venham para facilitar a vida dos utentes. Limitar o controlo das operações do cliente, como consulta de saldos e transferência inter-bancárias ou até mesmo reter o cartão dentro do prazo de validade, sem um pré-aviso, soa a um abuso de mercado. Enquanto isso, ganha quem tem a faca e o queijo na mão; ganha através das cobranças de cheques avulsos que obrigam a um desembolso de doloridos 400 Meticais. Ganham as instituições bancárias. Sempre.

Bula-bula espera que o seu grito e dos demais chegue aos ouvidos do regulador. Ninguém aguenta mais viver refém do sistema.

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