Um livro escrito há milhares de anos intitulado “A Arte da Guerra”, assinado por um senhor chamado Sun Tzu, ensina que a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.
Bula bula pensa que é preciso que alguém explique esta e outras coisas à Perdiz-Mor. É que ela, a perdiz, tem o mau feitio de, por tudo e por nada, ameaçar desancar os moçambicanos espalhados pelo país que, a modos de criança mimada, pretende dividir como se fosse um bolo de aniversário.
Vem esta triste constatação a propósito dos discursos que nos chegam do Conselho Nacional da Renamo (CN), reunido na cidade da Beira. Aliás, o porta-voz do Conselho Nacional da Renamo, José Manteigas, deixou escapar nas entrelinhas a pretensão do seu partido de recuperar o projecto para a criação de autarquias nas provinciais, onde obteve o maior número de votos nas eleições do ano passado. Recorde-se que há cerca de dois meses, a Assembleia da República havia chumbado a proposta da Renamo, considerando-a inconstitucional. Vários outros sectores da sociedade moçambicana não se pronunciaram a favor do documento.
O que inquieta a Bula bula e outros tantos bons cidadãos é que as ameaças veladas tanto pelo Pai da Democracia quanto pelos seus seguidores perturbam. Dizer que não vamos voltar aos tiros e noutro passo dizer “vou governar à força” parece indiciar uma vontade arreigada de voltar a esgrimir músculos num qualquer terreiro. Os que andam muito bem informados sobre os segredos do poleiro da perdiz já cantam aos quatro ventos que “vem ai Santunjira II”… e fazem-no com convicção de perdigotos felizes com a possibilidade de o país virar um churrasco do Rovuma ao Maputo claro com particular incidência para as três províncias rebeldes do sul… é o regresso das famosas cancelas do Rio Save de 1995…
Na última edição, Bula bula já havia veiculado essa pretensão da perdiz de querer tomar o poder à força, agora deliberada em Conselho Nacional numa clara declaração de guerra, que aparece, como escrevemos semana passada, resultante do colete de aço a que DHL está sujeito pelos donos dos verdões que a Perdiz-Mor recebeu e que na versão dos dadores não produziu resultados plausíveis, ou seja, instalar o homem na Ponta Vermelha a todo o custo, de modo a acautelar os interesses dos donos do mundo.
Bula bula soube que foram igualmente os mandões do mundo que financiaram este CN renamista, com instruções precisas de se anunciar esta decisão de guerra, que já havia sido tomada no célebre encontro do dia 27 de Maio último no restaurante Copa Cabana na cidade de Nampula.
Por isso é interessante e intrigante que do seio da Renamo se comece a disparar contra algumas representações diplomáticas baseadas no país. As mesmas são acusadas de, numa voz, dizerem-se democratas mas, noutra voz, proclamarem livres e justas eleições que a Perdiz considera – porque douta de dons divinos – fraudulentas. Que não há direito em aceitarem esse tipo de coisas em África, mas não nos seus países de origem.
Sun Tzu, Bula bula aconselha uma leitura atenta, ensina que a estratégia sem táctica é o caminho mais lento para a vitória. Táctica sem estratégia é o ruído antes da derrota. Pelo barulho que se ouve, já se adivinha o resultado!
