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Candidato natural progride enquanto as “perdizes” estão dormindo

Por admin

Na semana passada, Bula Bula falou da Fénix, essa ave fabulosa, única no seu género,um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Dissemos que, com as devidas dissemelhanças, nós também temos uma ave desse jaez. E referíamos a Afonso Dhlakama.

Dissemos também que o país tinha testemunhado ao renascimento da perdiz-mor, talvez um pouco cansada. Afonso Dhlakama, que nos últimos meses esteve em parte incerta, tinha dado a cara para o registo eleitoral.

Esta semana, há de novo novas da “parte incerta”. Agora temos algumas referências da tal “parte incerta”. Afinal é um lugar de espessa vegetação, árvores frondosas, lianas quanto baste e capim, muito capim. Homens armados de verde-oliva, também quanto baste… “parte incerta” é um sitio tipo a lendária ilha da Atlântida… é só pegar no mapa e tentar localizá-la que te doem as têmporas!

Dizíamos que esta semana surgiram novas da “parte incerta”, depois do reaparecimento da perdiz-mor. O homem está de facto empenhado em preparar uma reunião dos seus correligionários. Ouvimo-lo aos microfones da rádio e televisão acampadas na serra de Gorongosa, aquando do reaparecimento, a falar de “uma convenção como se faz nos EUA ou na Inglaterra”.

Dizem os que o aconselham que vai ser uma coisa assim: chamam-se todos os que forem chamáveis. Estes embrenham-se pelas matas da “parte incerta” até encontrarem o líder. Dali organiza-se um espaço e sentam-se sob frondosas árvores. Chama-se a Imprensa; o leitor não se esqueça que há sempre gente acampada para isso, lá em cima, naquela serra. Há um discurso de abertura. Faz-se umas fotos. Delega-se alguém para ler uns nomes de candidatos a candidato da “perdiz” às eleições de Outubro: Manuel Bissopo, Saimone Macuiana, Afonso Dhlakama, Albano Faife e António Muchanga.

Depois o próprio Bissopo desiste da corrida e do alto da montanha, levanta-se e diz: o nosso candidato natural é Afonso Dhlakama (ele já o tinha dito a um desses jornais aqui em Maputo) e todos se põe em pé e batem palmas ao chefe, feito candidato. Assim se elege um candidato natural.

Mas, as coisas não estão assim tão perenes e serenas nas hostes da “perdiz”. Confidenciaram a Bula Bula queum grupo de quadros perdigotos não está a ver com bons olhos esta fantochada. Afirmam que o líder já está cansado, anda com uma respiração algo forçada e o corpo a pedir repouso. Apesar disso, continua a furtar-se ao debate sobre a liderança do partido, que também, tal como o líder, está incerto. Afirmam que era de apostar em nomes como de Maria Angelina Enoque, actual chefe da bancada da “perdiz” ou de Viana Magalhães, actual 2º vice-Presidente da Assembleia da República. Segundo esses quadros, estas duas figuras, uma a seu tempo, seriam capazes de ressuscitar o partido do marasmo e da incerteza em que caiu.

É que nesta altura a Renamocom uma mão negoceia e com outra dá tiros, sem aparentemente se vislumbrar se é estratégia política desastrosa ou mesmo pura doidice.

O engraçado é que, como diz Friederich Hegel, “o que a história ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a história”, de tal sorte que o Pai da Democracia prepara-se já, por antecipação ao referido conclave das perdizes, para a quinta corrida eleitoral…

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