OS trabalhadores da fábrica de refrigerantes Pepsi, no município da Matola, que se encontram em greve desde o passado dia 1 de Abril, deverão retomar as suas actividades hoje, graças aos avanços registados nas negociações com vista a resolver o diferendo entre as partes.
Os trabalhadores da empresa Pepsi paralisaram as suas actividades à revelia do seu comité sindical, exigindo um aumento salarial de 40 por cento, tendo como fundamento a diferença salarial entre os trabalhadores estrangeiros e nacionais que exercem as mesmas funções. A greve iniciou enquanto decorriam negociações salariais previstas no acordo colectivo da empresa, que ocorrem anualmente para a definição da taxa do aumento.
Entretanto, o tipo de paralisação criada por um grupo de trabalhadores da fábrica criou um ambiente que não favoreceu um diálogo efectivo, com vista a encontrar-se uma saída para o litígio que existe com a respectiva entidade patronal, segundo a Directora Provincial de Maputo, Olga Leonor Manjate, que falou após algumas rondas negociais entre as duas partes, mediadas pelas autoridades laborais, nomeadamente a Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) e o Centro Provincial de Mediação e Arbitragem Laboral (CEMAL).
Não obstante a greve ser um direito dos trabalhadores constante na legislação laboral em vigor (segundo o artigo 207 da Lei do Trabalho, Lei n.º 23/2007, de 1 de Agosto), ela é definida nos mesmos termos como sendo o último recurso para resolver um problema, sobretudo quando ainda se está em negociação.