A PAMOJA, uma rede Pan-Africana de produção e residências artísticas, criada em Setembro de 2012, está a desenvolver diversas actividades com vista a dar resposta às dificuldades dos artistas africanos em encontrar plataformas para criar e mostrar o seu trabalho.
A fraca circulação dos artistas e de seus projectos artísticos entre países da região é uma das principais preocupações da PAMOJA.
Em busca de soluções para esses problemas, a PAMOJA criou três organizações artísticas africanas: os Studios Kabako criados na República Democrática do Congo por Faustin Linyekula, a Associação 1ͤᵣ Temps criada no Senegal por Andreya Ouamba e a CulturArte criada em Moçambique por Panaibra Canda.
Essas organizações levaram a cabo este projecto que permitiu a realização de uma série de residências artísticas que deram origem a novos trabalhos. Através das oficinas criaram novas sinergias entre os três países africanos iniciadores do projecto e as suas regiões.
Estes programas de residência foram compartilhados com as comunidades locais através de laboratórios, encontros e acções de formação, seminários, master classes, apresentações públicas, exposições, ensaios abertos e debates com os artistas em residência.
Em Maputo, as principais actividades desenvolvidas pela CulturArte foram: um laboratório de criação, três residências débuts, uma residência de pesquisa, uma residência Maison e uma residência Parcours, além de outras acções como master classes, seminários, ensaios abertos e mostras de trabalho em processo.
A primeira actividade do programa e que abriu caminho foi o laboratório de criação que teve lugar de 4 a 28 de Fevereiro de 2013. Aos 11 artistas participantes foi-lhes oferecido o tempo e espaço necessários com vista a desenvolverem seus projectos, tendo como locais de trabalho a Casa da Cultura do Alto Maé e o Cinema Scala.
Este laboratório consistiu num programa dividido entre aulas práticas com Panaibra Canda e os vários bailarinos participantes. “Houve tempo destinado à experimentação e intercâmbio, onde os artistas puderam aprofundar e desenvolver as suas propostas durante cerca de quatro semanas”, explicam os coordenadores da iniciativa.
Na sequência da parceria estabelecida com o Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), houve ainda a oportunidade de os artistas participarem num Seminário de Iluminação com o designer de iluminação Jean-Pierre Legout de modo a aprofundarem conhecimentos a nível dos corpos na dança, entre outras actividades.
PAMOJA é beneficiário do programa ACP-EU de apoio aos sectores culturais do grupo de estados ACP financiado pela União Europeia.