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Gove melhor governador de banco central em África

Por admin

Uma prestigiada revista londrina, “Times”, proprietária do “The Banker”, acaba de distinguir o governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, como o melhor governador de banco central em África no ano de 2015.

De acordo com uma nota de imprensa daquele organismo, o economista moçambicano foi escolhido pelo seu importante papel como chefe do sistema financeiro do país, ou seja, por ter mantido a inflação sob controlo no país.

Nesta distinção, Ernesto Gove junta-se aos governadores das Américas, Europa, Ásia e regiões do Médio Oriente, que também foram premiados pelas suas realizações, nomeadamente, por “estimular o crescimento e estabilizar suas economias”, – lê-se no comunicado da revista “The Banker” que concedeu o prémio.

No ano passado, este prémio coube ao antigo responsável do Banco da Reserva da África do Sul, Gill Marcus. O comunicado avança com afirmações segundo as quais Moçambique já não é o país mais pobre do mundo, como era na década de 1990, e que está neste momento a apostar nas maiores taxas de crescimento em África.

"A economia de Moçambique cresceu 7 por cento em 2013, reflectindo uma forte actividade em toda a linha, incluindo mineração, construção e transporte”, explica o comunicado, tendo ainda apontado que o Fundo Monetário Internacional (FMI) já previa em 2014 que o crescimento seria de 7,5 por cento e que a inflação não superior a 3 por cento, bem abaixo da tecto do governo de 6 por cento.

Uma outra referência que fez brilhar o governador do Banco de Moçambique foi o facto de ter tido um bom desempenho em 2011 numa altura em que esta instituição financeira tinha mais de metade da sua taxa básica de 16,5 por cento, para em 2014 a taxa situar-se nos actuais 7,5 por cento, o que não impediu que os bancos locais cobrassem cerca de 20 por cento para os empréstimos.

Gove é acérrimo defensor dos bancos nacionais. O economista é igualmente apontado como estando a atrair bancos estrangeiros à Moçambique. O crescimento da moeda moçambicana foi alvo de felicitação pela última missão do FMI a Moçambique.
Ernesto Gove manifestou a intenção de ver no país mais empresas tocando mercados de pequenos capitais. Falou também da necessidade da participação do investidor estrangeiro, e defende, no entanto, um grande controlo de capitais que circulam Moçambique.

"Manter a estabilidade da moeda é uma das prioridades do banco", disse Gove que falou dos esforços com vista a estabilização do metical e ainda fez referências sobre a queda de commodities devido aos futuros projectos de recursos naturais e ao deficit na conta corrente por conta dos mega-projectos financiados por grandes investimentos estrangeiros directos.

Ernesto Gove trabalha no Banco de Moçambique desde 1976. Ele ocupou vários cargos em diferentes departamentos, incluindo o de Relações Exteriores, a emissão da moeda, Tesouro e de Crédito. Foi director de operações da moeda estrangeira e de emissão de moeda e do Tesouro, antes de ser nomeado Director Executivo e Membro do Conselho de Administração em 1991. Gove supervisionou a criação do Departamento de Supervisão Bancária, e, em 1995, foi nomeado vice-Governador do Banco de Moçambique. Ele também presidiu o Conselho de Administração da Sociedade de Notícias e do Conselho Fiscal da Açucareira de Mafambisse. Gove formou-se em Economia pela Universidade Eduardo Mondlane, e obteve um mestrado em Economia Finanças pela Universidade de Londres.

 

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