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OS PECADOS DA GOVERNAÇAO DE GUEBUZA!

Por admin

O Pecado “CAPITAL” na Governação do actual Chefe do Estado, Armando Emílio Guebuza, é de ter introduzido a circulação monetária nos locais que estavam outrora esquecidos e que constituíam a 

base do eleitorado da oposição no nosso País, os vulgos sete milhões. Foram ou são a machadada final no que às bases anti-Frelimo diz respeito; os Conselhos Consultivos Distritais, como órgãos de gestão do fundo, deceparam equívocos ao processo; as denúncias contra governantes, seguidas de medidas concretas nas Presidências abertas e inclusivas, entre outros, constituem, sem dúvidas, o pecado capital na Governação de Armando Guebuza mas, nem tudo é um mar-de-rosas, como podemos ver nesta reflexão, para qual convido o estimado leitor a raciocinar comigo:

Quando Armando Guebuza foi eleito Secretário-geral da Frelimo e candidato Presidencial desta formação política para as eleições de 2004, muitas pessoas davam o Partido Frelimo como um Partido “moribundo” e tudo tinha suas razões. Nas eleições de 1999 o candidato da Frelimo e a própria Frelimo ganharam as eleições a tangente, muitos analistas davam como missão “impossível” a reversão do quadro político nacional por parte de Armando Guebuza, de modo particular, e da Frelimo, de um modo geral. Recorde-se que na legislatura de 2000 a 2005 a diferença entre as bancadas era mínima. O principal opositor de Guebuza, o senhor Afonso Dhlakama diria nessa altura que a vitória estava assegurada e que Guebuza era um “desconhecido” na sociedade Moçambicana.

A resposta de Armando Guebuza foi de um trabalho de base em silêncio, visitou em menos de dois anos todas as unidades do Partido Frelimo e revitalizou-as dando lhes um valor acrescentado que não possuíam antes. Ao mesmo tempo, trabalhou com as organizações sociais do Partido nomeadamente, a OMM, OJM, ACLIN atribuindo-lhes responsabilidades especiais no âmbito eleitoral e de votação. Escusado recordar ao estimado leitor que estas organizações estavam meio “marginalizadas” desde o Acordo Geral de Paz até 2002, salvo melhor entendimento, este exercício de Guebuza viria dar frutos na boca das urnas, revertendo efectivamente o quadro político e de poder nacional, os Deputados da Oposição reduziram substancialmente, e o pior estava por vir.

Se Guebuza conseguiu reverter o quadro nas eleições de 2004, seria nas eleições de 2009 que as coisas pioraram e, com tendência a ficarem cada vez pior, devido ao trabalho político levado a cabo pela Frelimo. Os Deputados da Frelimo na legislatura de 2005 a 2009 já avisavam a oposição sobre a sua “redução” substancial nas eleições seguintes, vaticínio que viria a concretizar-se, na verdade a par do trabalho político levado a cabo sob liderança de Guebuza. Acresce-se, então, a introdução dos sete milhões para a produção de comida e redução de pobreza nos distritos, esta acção que, inicialmente foi minimizada pelos actores políticos e analistas nacionais, muito rapidamente foi considerada acção de compra ou troca de favores entre os camaradas, só que, num “golpe” de mestre. O Governo introduz os chamados Conselhos Consultivos Distritais como órgãos de gestão destes fundos, este órgão viria a trazer uma lufada de ar fresco e devolveu a credibilidade aos objectivos de fundo, aliado a isso, as Presidências abertas e inclusivas, serviriam de outro “tubo de escape” das populações e passaram a centrar as suas intervenções na gestão destes recursos, reduzindo cada vez mais o espaço do cepticismo reinante.

Com estas e outras acções, Guebuza reduziu a manobra dos seus detractores nas zonas rurais, mas o descontentamento aparece nas zonas urbanas, onde estes recursos não tinham sido alocados e por via disso aumentava os índices de pobreza urbana. Aliás, se recorrermos ao relatório do MARP esta realidade é espelhada e, em resposta, o Governo introduz os famosos sete milhões nas cidades capitais, deixando na marginalidade aqueles que, só estão a espera de criticar. Os sucessos desta governação não foram e continuam a não ser acompanhados pelos diferentes integrantes do elenco governativo de Guebuza, muitos governantes dormem à sombra dos sucessos de um homem, Armando Emílio Guebuza e, quando a massa crítica constata esse facto, a tendência desses governantes é de generalizar, falar em nome de todos, como se todos tivessem a mesma atitude perante a coisa pública. Não é e não pode ser segredo que, alguns membros do Governo não parecem estar sob direcção do mesmo chefe, estes governantes caracterizam-se por elaborar relatórios falseados. Quantas vezes não foram abortadas tentativas de silenciar cidadãos nas Presidências abertas, que queriam denunciar o estado de governação “podre”? Quantos dirigentes não sofreram efeitos de governação aberta e inclusiva na pele, separando, aos olhos do cidadão, o trigo do joio?

A crise política que se vive no nosso país, nos últimos dias, pode ser a consequência do sucesso na governação de Armando Guebuza. É verdade que nem tudo é um mar-de-rosas, o espaço de retórica política reduziu substancialmente. Muitos analistas recorrem à vida privada das pessoas para atacar a organização, tal é o sucesso, aliás, as eleições autárquicas que retiraram da Governação o Partido Renamo são disso o exemplo paradigmático do sucesso, perante a ameaça de repetir esse sucesso. Havia que reverter o quadro, infelizmente da pior forma, através da ameaça à Paz, através da Guerra como única forma de manchar Armando Guebuza. Como “animal” político que é, espero que consiga reverter mais este quadro sombrio, a bem de todos os Moçambicanos amantes da

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