O distrito de Manica, província do mesmo nome, registou no primeiro semestre deste ano 18 mortes hospitalares devido ao HIV/Sida. Os casos registaram -se nas diversas unidades sanitárias daquele distrito.
Das vítimas constam doze adultos e seis crianças que encontraram a morte depois de terem deixado de aderir ao tratamento anti-retroviral, alegadamente devido às distâncias que separam os seus locais de residência e as unidades sanitárias mais próximas, providas deste tipo de terapia.
O director distrital da Saúde, Mulher e Acção Social do distrito de Manica, Albano Luo Camanguira, que semana passada falou a nossa reportagem, disse que no total foram 26 doentes que deixaram de fazer esse tratamento. “ E em muitos casos os doentes chegam muito tarde, enquanto a doença está avançada. Primeiro vão aos curandeiros e quando não conseguem é quando se dirigem ao hospital. Nessas situações, muitas vezes, o tratamento não tem trazido resultados desejados, aconselhou Camanguira.
Na circunstância referiu que o número de novos doentes que iniciaram o tratamento anti-retroviral nos adultos baixou no ano passado quando comparado com 2010. Sem descrever as causas que contribuíram para essa redução, disse que em 2011 o sector de Saúde Mulher e Acção Social de distrito de Manica inscreveu 2.570 novos pacientes. Deste número, 769 começaram a toma dos medicamentos contra 875 do ano 2010, quando foram inscritos 2.110 pacientes. Por outro lado, no primeiro semestre deste ano o sector de saúde registou mil e 250 novos pacientes. 621 iniciaram o tratamento anti-retroviral contra 541 de igual período do ano antepassado. De acordo com Camanguira, no ano passado, 200 crianças deram entrada nas diversas unidades sanitárias daquele distrito e começaram a consumir o TARV 68.
Este ano, outras 122 crianças foram igualmente autorizadas a iniciar o tratamento. No distrito de Manica, o tratamento anti-retroviral é oferecido nas unidades sanitárias da sede do distrito e nos postos administrativos de Messica e Vanduzi considerados satélites, pelo facto de abrangerem outras comunidades circunvizinhas. Entretanto, Albano Luo Camanguira reconheceu existirem muitas unidades hospitalares daquela região que ainda não estão autorizadas a administrar o fármaco, por não possuírem profissionais treinados para o efeito.
Ainda em conversa com o director distrital da Saúde, Mulher e Acção Social do distrito de Manica ficamos a saber que para combater o abandono ao tratamento ou a chegada tardia dos doentes às unidades hospitalares, o sector de saúde no distrito está a empreender várias acções, como o envolvimento dos líderes comunitários e religiosos, campanhas de sensibilização nas comunidades onde as brigadas transmitem mensagens sobre o perigo desta doença quando não é correctamente tratada.