Da janela do quarto de um hotel, às primeiras horas da manhã de um dia de sol urticante, o céu iniciou o seu jogo de sedução, convidando-nos de forma indirecta para uma longa e aliciante aventura a bordo de um abutre gigante.
Em poucos minutos, ocorreu uma troca de olhares apaixonados. A verdade é que de lá do alto descia a boa nova, imediatamente espalhada por um mensageiro rastejante de cor castanha, que naquele instante ziguezagueava pelos nossos aposentos, prenunciando a resolução do grande impasse a que havíamos sido submetidos.
Estávamos fisicamente na província de Tete, retidos desde o dia anterior, 4 de Dezembro de 2018, por uma deficiência mecânica em um pássaro bi-motorizado, que recentemente iniciou a exibição da sua graça, explorando o espaço aéreo moçambicano, através de viagens domésticas.
Texto de Carol Banze
carol.banze@snoticicas.co.mz