Texto de Luísa Jorge
– Clara Piedade, 25 anos de idade, vive momentos dramáticos
Até o ano de 2012, a vida de Clara Florência da Piedade era recheada de sonhos até quando começou a ver sinais e sintomas estranhos no seu organismo. Os olhos começaram a amarelar.
Daí, a sua rotina era consultas em diferentes unidades sanitárias da cidade e província de Maputo. Depois de anos sem sucesso, descobriu através de um diagnóstico feito na Índia, que padece de cirrose hepática, uma doença que se manifesta pela deterioração do fígado.
Para tratamento desta doença, ela precisa de fazer urgentemente um transplante de fígado por forma a garantir a vida. Esta operação foi estimada em 70 mil dólares americanos.
Porém, proveniente de uma família humilde, e sem capacidade financeira para custear as despesas, a jovem mulher clama por apoio para continuar em vida. Acompanhe a sua estória na entrevista que se segue.
Quando descobriu que padecia desta doença?
Comecei a ver sinais estranhos em mim em 2012. Meus olhos começaram a ficar amarelados e a urina com uma cor muito carregada. Fiz a primeira consulta em Namaacha,pois sou natural de lá. Vivia com minha mãe e meus dois irmãos.Só que depois de algum tempo, fui transferida para o Hospital Central de Maputo.
Em que departamento passou a ser assistida no Hospital Central de Maputo?
Primeiramente a transferência foi para o Departamento de Medicina Geral. Lá fiz muitos exames mas não conseguiam diagnosticar o que causava o amarelado na minha vista. Recomendaram-me consumir muitos líquidos e também medicava. Ainda assim nada mudava. Dali fui encaminhada para a consulta gastrointestinal.
Houve algum progresso?
Eles apenas descobriram que o problema estava no fígado, mas não tinham meios ou equipamento suficientes para diagnosticar o que se estava a passar concretamente com o meu fígado. Fiz muitas medicações mas nada era animador.
Tinha que mandar vir os medicamentos do Brasil ou França através de colegas e amigos que estavam lá a estudar. Nos últimos meses a minhas pernas e barriga começaram a inchar, até que um dia o meu médico, o Dr. Prassade, nos aconselhou que fossemos fazer uma consulta fora do país. Recomendou-nos a Índia.
“SEM OUTRO FÍGADO,
PERCO A VIDA”
E conseguiram ir a Índia no mês passado.
Sim. Pedimos ao meu médico que nos ajudasse nesse processo. Conseguimos ter uma junta médica que custeou a viagem, tratamento e hospedagem. Depois dos exames feitos naquele país diagnosticou-se que eu padecia de uma cirrose hepática. Por outras palavras: o meu fígado não estava a funcionar devidamente. Precisava, urgentemente, de fazer um transplante de novo fígado, pois caso contrário perco a vida. Foi duro ouvir aquilo.
Quanto tempo deram para fazer esta operação?
Tenho que fazer o mais urgente possível. A medicação que me foi dada na Índia é apenas para um mês e tem a função de retardar o progresso da doença. Não fiz até agora por falta de condições financeiras para tal.
Em quanto está orçada toda a intervenção médica?
A intervenção médica foi orçada em 70 mil dólares. Pois antes da operação tenho que fazer um tratamento de preparação do organismo para a operação. Segue-se depois a operação do dador do fígado e a minha. E por último vem a fase de observação pós- operação, porque terei que ficar internada.
Segundo o médico a estimativa é que eu fique seis meses sob observação médica.
Mas procuraram apoio novamente na Junta médica?
Sim. Ficamos na Índia aproximadamente 25 dias e nesse tempo foi enviado um médico para cá para falar com o nosso Governo, através da Junta Médica, mas disseram que não tinham disponibilidade financeira para custear a operação. O que nos foi dito é que devíamos fazer uma carta para a Ministra de Saúde a expor o caso.
E foi feita a carta?
Sim. Enviamos na sexta-feira antepassada e ainda não não tivemos resposta. Por isso estamos a bater outras portas. Precisamos urgentemente de apoio. Todo apoio é bem-vindo. Seja através de hospedagem, passagem aérea ou o tratamento noutro país …
O que está sendo feito agora?
Estamos nas redes sociais como o facebook e o whatshapp para pedir apoio. E no momento temos duas contas de doação nos bancos…
Por causa da sua saúde teve que interromper muitos projectos pessoais…
Sim. Sou professora e estava a leccionar na Escola Primária Completa 7 de Abril no distrito de Namaacha.Entretanto, tive que parar de trabalhar no ano passado porque já não me sentia em condições. A minha barriga e as pernas incham. E quando faço pequenos movimentos agora me sinto muito cansada. Já não consigo fazer absolutamente nada.
Casou recentemente. E como jovem de apenas 25 anos tem muitos sonhos pela frente. Casei-me no ano passado. Já estava doente, mas tenho o sonho de continuar com os meus estudos e constituir família com o meu marido.
As duas contas
bancárias para ajudar Clara
BIM
Conta: 3238799121
Nib: 0001000000323879912157
Standard Bank
Conta: 1096367401002
000301090636740100208
Texto de Luísa Jorge
luísajorge@snoticias.co.mz