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Raparigas entre 15 e 24 anos em fase crítica

Por admin

A epidemia de SIDA em Moçambique tende a atingir mais raparigas, sobretudo em torno dos 15 a 24 anos de idade. O Governo está preocupado com a situação que pode comprometer o futuro do país. Não é por acaso que este ano adoptou o lema “proteger o adolescente e o jovem do HIV e SIDA é garantir um Moçambique saudável”.

Estima-se que um milhão de moçambicanos vive com HIV. São raparigas entre os 15-24 anos que são as maiores vítimas de novas infecções, pese embora a taxa de seroprevalência nacional se mantenha estacionária, em torno dos 11.5 por cento. Os números que retratam a situação deste grupo etário começam a preocupar o Governo, daí que a protecção da rapariga é hoje um imperativo nacional.

A prevalência do HIV em adolescentes no país, na faixa etária dos 12-14 anos, é estimada em 1.8 por cento, sem grandes diferenças entre raparigas e rapazes. Por outro lado, a prevalência do HIV entre as jovens mulheres 15-24 anos situa-se nos 11,1 por cento, isto é, três vezes maior que a prevalência entre os homens jovens da mesma idade (3.7 por cento). 

Segundo a Ministra da Saúde, Nazira Abdula, os números falam por si: a nível global, das cerca de dois milhões de novas infecções que ocorreram em 2014, 39 por cento ocorreram em jovens adolescentes e jovens, o que corresponde a mais de 2130 novas infecções por dia.

Por outro lado, dados do INSIDA indicam uma prevalência de HIV nos jovens de 15-24 anos de 7.9 por cento , sendo três vezes maior nas raparigas (11.1 por cento) que nos rapazes (3.7 por cento) com algumas províncias com diferenças ainda grandes.  Gaza, 6 vezes maior nas raparigas (19,2 por cento) que nos rapazes (3.3 por cento);  Sofala cinco vezes maior nas raparigas (20,8 por cento) que nos rapazes (4.4 por cento).

Segundo a ministra, os jovens são vulneráveis ao HIV em duas fases de suas vidas: na primeira década da vida, quando o HIV pode ser transmitido de mãe para filho, e a segunda década de vida, quando a adolescência traz uma nova vulnerabilidade ao HIV.

Esclareceu que nas infecções que ocorrem na segunda década da vida, para alguns, resultam da falta de conhecimento correcto sobre a transmissão e prevenção de HIV, destacando-se aqui a necessidade de educação para o HIV e saúde sexual e reprodutiva.

Para outros, ressaltou a governante, as infecções resultam de relações sexuais desprotegidas forçadas, ou uso de drogas injectáveis.

Nazira Abdula falava forneceu estes dados na província de Gaza (a mais afectada do país, com 20.5 por cento de seroprevalência) durante a celebração do Primeiro de Dezembro. Sublinhou, na ocasião, que o Governo tem como principal objectivo relançar os esforços para Moçambique alcançar a meta de uma geração livre do HIV.

De notar que presentemente 70 distritos administram tratamento antiretroviral (TARV) no país, número que o Governo pretende elevar de forma a não deixar ninguém fora da resposta nacional no combate ao HIV.

De acordo com Francisco Cabo, da MONASO, o compromisso de se alocar 15 por cento do Orçamento do Estado à Saúde está por materializar, o que sujeita o país à dependência de fundos externos, situação que coloca o país à uma incerteza no cumprimento de metas.

Entretasnto, os parceiros reiteraram o compromisso de apoiar Moçambique na criação de uma geração livre de HIV, contribuindo na resposta nacional de combate à SIDA e assegurando acesso universal ao TARV.

Não podemos deixar ninguém fora da resposta. Iniciamos a quebrar a trajectória do HIV. As infecções e mortes estão a reduzir. Vamos tentar acabar com epidemia de sida ate 2030, disse o representante dos parceiros nas celebrações do Primeiro de Dezembro.

IDADE DE INICIAÇÂO

SEXUAL TENDE AUMENTAR

A Ministra da Saúde disse nas celebrações do Primeiro de Dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a SIDA,  que a nível global a idade da primeira relação sexual está aumentando, o que mostra uma mudança positiva de atitudes entre os jovens com relação ao comportamento sexual.

Ressalvou, no entanto, que é ainda relativamente baixa em muitos países africanos incluindo Moçambique. Segundo o Inquérito Demográfico e de Saúde de 2003 a idade mediana da primeira relação sexual foi de 16.1 anos e subiu para 16.8 anos em 2011.

Entretanto grande parte destes adolescentes não usa de preservativo. O uso deste meio de protecção é baixo, com apenas 34 por cento das mulheres jovens e 45 por cento dos homens jovens em África a relatar uso  na sua última relação sexual em 2013.

Em Moçambique, segundo o Inquérito Demográfico e de Saúde de 2011, 46 por cento dos rapazes e raparigas de 15-24 anos reportaram o uso do preservativo na última relação sexual.

 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

 

 

 

 

 

 

 

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