-afirma Hortência Langa
Hortência Langa é comerciante a sete anos. Iniciou-se no mundo do negócio para aumentar a renda familiar. Hoje tem o sonho de progredir mais ainda. Para ela, a classe feminina moçambicana tem muitas oportunidades para fazer algo útil para si e para a sociedade, tanto é que afirma que quem fica em casa de braços cruzados é preguiçoso.
Como iniciou com o negócio? Foi difícil?
Não fazia nada. Apenas ficava em casa e passávamos por dificuldades porque as despesas eram muitas. Um dia decidi que devia fazer algo para aumentar a renda familiar e ajudar o meu esposo. Não foi difícil iniciar. É verdade que todo princípio custa um pouco, mas quando existe vontade tudo torna-se mais fácil.
Antes confeccionava comida para os vendedores aqui no mercado de Zimpeto e agora mudou para produtos de venda. Porquê?
Mudei porque queria algo que me desse maior lucro. Assim fui conversando com colegas e um dia recebi uma sugestão de uma delas que falou-me da venda de batata e cebola em saco e decidi apostar. Foi com ela que passei a ir comprar estes produtos na África do Sul.
Esta satisfeita com o negócio?
Sim, consigo custear as despesas caseiras e outras que vão surgindo.
A mulher actualmente está a conquistar um espaço que antes não lhe era cedido. Sente que a sociedade moçambicana reconhece o papel da mulher na sociedade?
Penso que sim. A mulher de ontem apenas era vista como aquela que ficava em casa a cuidar e a educar os filhos. Hoje, quem fica em casa de braços cruzados é porque é preguiçoso. Há muita coisa que se pode fazer e a mulher moçambicana está a lutar para autoafirmar-se.
O que lhe aflige no nosso país?
O conflito armado que ameaça a nossa paz e a violência contra as meninas. Não queremos voltar à guerra. O nosso mercado abastece muitas províncias do norte. Com este conflito as mercadorias não chegam lá. O povo é que está sofrer, é preciso resolver pacificamente. Quanto à violência contra as meninas penso que é fruto da crise moral.
Luísa Jorge
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