Início » Primária Bê-a-Bá clama por reabilitação urgente

Primária Bê-a-Bá clama por reabilitação urgente

Por admin

-Mais escolas da cidade de Maputo, como a 7 de Setembro e Samuel Magaia, vêm-se danificando paulatinamente

A Escola Primária Bê-a-Bá, localizada no bairro do Alto Maé, cidade de Maputo, precisa, urgentemente, de uma intervenção ao nível da sua infra-estrutura. Algumas salas de aula apresentam tectos degradados, colocando em risco a vida de crianças que frequentam esta unidade de ensino.

Trata-se de uma instituição virada para o ensino primário, da primeira à quinta classe, desde o ano de 1987, altura em que deixou de operar como centro infantil do Ministério da Educação, para responder à demanda verificada localmente, na sequência do encerramento da Escola Primária Guerra Popular.

A infra-estrutura física da Bê-a-Bá é composta por seis salas de aula, divididas em dois blocos. Na parte traseira do edifício encontra-se um amplo recinto onde as crianças cantam o hino, no início de cada período de aulas, e entretêm-se à hora do intervalo.

Se na parte externa os alunos e demais utentes encontram motivos para sorrir, dentro do edifício a vida corre às avessas. É que algumas salas de aula transformaram-se em espaços assustadores, onde alunos e os respectivos professores deixam-se albergar, mas com o coração na mão. Tudo porque a cobertura daqueles compartimentos encontra-se num estado avançado de degradação. Partes há em que cavidades foram criadas, como consequência do desprendimento do material usado na estrutura do tecto falso.

Cabos eléctricos soltos e escaldados avolumam o perigo e condicionam o bem-estar de quem está sujeito a tanto.

Telma Francisco, professora há mais de trinta anos, mesmo se congratulando com o bom aproveitamento dos alunos, aponta para as complicadas condições do local do seu trabalho: “o tecto falso está a cair; quando chove admite água. Nessas circunstâncias, vemo-nos obrigados a movimentar as carteiras para que as crianças não sejam atingidas”. Mas os problemas não param por aqui: “As janelas não têm vidros, estão partidos”.

Conforme notámos no local, a pintura das paredes já perdeu o brilho, está totalmente desbotada.  

O perigo estende-se por outras salas, cujos tectos são feitos de betão. Aqui, “fragmentos de pedra vão caindo aos poucos”, testemunha o professor Alfredo Carlos, que trabalha na Educação há mais de 32 anos.

Vidas humanas estão em perigo, o que levou a direcção da escola a dar o seu grito de socorro. Depois de fazer a participação destes problemas, “chegou-se a anunciar, no ano passado, a existência de um valor alocado para as obras necessárias”, diz Dinis Manandze, director pedagógico da Bê-a-Bá. Mas, para o desagrado dos quase contemplados, ouviram dizer que “o dinheiro não estava mais direccionado para esta escola”.

Porém, a situação é de facto crítica: “receamos que o tecto desabe sobre as crianças”, alerta o professor Alfredo, principalmente na famosasala seis, pode cair a qualquer momento”.

De forma nenhuma se pretende experimentar o azar da Escola Primária Completa 7 de Setembro, que num passado recente viu o tecto de uma das salas a arruinar-se chão abaixo. Por sorte, “nenhuma criança se encontrava lá, nesse momento. Calhou num final de semana”, testemunha Violeta Mondlane, chefe da secretaria desta escola.

Aqui, na 7 de Setembro, tal como na Bê-a-Bá, a infra-estrutura está extremamente comprometida, “apresenta rachas”, o que justifica o incidente lá registado.

Retornando à Bê-a-Bá, nos dias chuvosos espalha-se água por todos os lugares, pinga no material escolar dos alunos, participam os professores. A sala destes educadores também apresenta problemas. “Quando chove nenhum professor fica ali”, diz Telma Francisco.

Refira-se que a Escola Primária Bê-a-Bá funciona com dezoito professores, oitocentos e cinquenta alunos, sendo que cada turma é composta, em média, por quarenta elementos.

Interditar em caso de necessidade

– Antonino Grachane, Director Nacional de infra-estruturas escolares

Um número considerável de infra-estruturas escolares na província de Maputo e não só está em um estado avançado de degradação, necessitando de obras de reparação. Este facto foi reconhecido por Antonino Grachane, Director Nacional de infra-estruturas em conversa com o domingo.

Tendo em conta esta situação, “cada província tem o seu plano de construção, cujos dados incluem o número de salas por edificar e/ou restaurar no âmbito do Programa de Construção Acelerada de Escolas”, referiu Grachane.

De qualquer modo, neste momento, estão apenas a ser realizados trabalhos de conclusão de obras iniciadas em 2014/15, esperando-se que em 2017as atenções estejam voltadas para novas obras, conforme avançou o Director Nacional de infra-estruturas escolares.

Mesmo assim, para os casos em que o perigo é iminente, “a direcção da Educação e Desenvolvimento Humano da cidade, em coordenação com o município, deverá avaliar a situação das escolas em causa. Se houver necessidade, deve-se pedir o apoio da Direcção das Obras Públicas”, sendo que, caso se mostre inevitável, essas infra-estruturas poderão ser interditas, esclareceu Grachane.

Texto de Carol Banze
carolbanze@snoticias.com.mz

 

Você pode também gostar de:

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana