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Lixo obstrui vala de drenagem do Mercado Central

Por admin

Quantidades enormes de lixo estão a obstruir o escoamento das águas negras da vala de drenagem do Mercado Central da Cidade Alta, no município de Nacala, província de Nampula.

A vala, construída para ajudar a escoar água suja dos recintos comerciais, já está a criar ambiente propício à ocorrência de malária, cólera ou diarreias.

Outro aspecto a ter em conta é que a mesma acaba sendo reserva de água da chuva, produtos alimentares estragados como hortícolas, para além de papéis, garrafas de água, óleo alimentar, latas de refrescos, entre outros detritos.

O problema agrava-se na zona comercial, sobretudo, no sector da venda de peixe, pois os vendedores, no fim da jornada, deitam água e escamas na vala.

domingosoube que os vendedores vivem com aquela sujidade desde Outubro do ano passado e ninguém se mostra preocupado em retirá-la.

Dada a situação, a vala de drenagem exala um cheiro nauseabundo, o que incomoda tanto os vendedores, assim como os utentes do maior centro comercial da Cidade Alta do município de Nacala.

Aliás, os utentes disseram à nossa equipa de Reportagem que temem que contraiam doenças por causa daquela sujeira, porque as moscas que pousam nela assentam igualmente nos diversos produtos alimentares ali comercializados designadamente peixe, açúcar, farinha de milho, assim como os confeccionados como xima, arroz e diversos molhos.

O problema está a criar um desentendimento entre os vendedores que exigem a sua remoção imediata, enquanto a administração do mercado promete fazê-lo depois de a chuva parar.

Os vendedores revelaram-nos que, cansados de esperar da edilidade, às vezes, contribuem com 10 meticais, cada, para pagar alguém para tirar a água daquela vala para o outro lado do mercado.

A iniciativa, por um lado, é boa, porque ajuda os comerciantes que estão nas imediações da vala a se aliviarem do cheiro, mas, por outro, traz problema porque a mesma é espalhada noutro sector do mercado onde são comercializados produtos confeccionados, assim como hortícolas.

Abibo Martinho, comerciante , disse que desde Dezembro último que estão a pedir ao administrador ao administrador do mercado para estudar mecanismos para tirar o lixo daquele lugar.

“Convivemos com este lixo desde o ano passado. Agora a situação piorou por causa da chuva. Contribuímos e pagamos alguém para limpar mas não é solução porque a limpeza não é completa, porque a pessoa que confiamos não tem equipamento. Ele apenas tira aquela água”,disse Martinho.

O nosso entrevistado lamentou o facto de apesar de os  vendedores pagarem a taxa diária, os gestores do mercado nada fazerem para tornar limpo o recinto comercial.

“Quando construíram as valas, a água corria para fora deste recinto sem problemas. Mais tarde, foram erguidas várias barracas no caminho da água, por isso temos este problema que não sabemos para onde nos vai levar”,disse.

Por sua vez, Mualemela Abibo, vendedor de chá nas bermas daquela vala, disse que exercia a sua actividade com o sentimento de estar exposto a doenças.

“Vou fazer o quê? É aqui onde conseguimos o sustento da nossa família. Todos nós andamos a tossir e não sabemos se é por causa deste sítio ou não. Já falámos com os chefes do mercado, entretanto, até agora não se fez nada”,referiu.

Por sua vez, Fernanda Mucaia considera estranho ver águas negras dentro daquele mercado, numa altura em que se apela a sociedade a ter cuidados com as várias doenças, porque estamos no período chuvoso.

“É estranho porque estamos numa altura em que em algumas zonas começa a haver relatos de diarreias e malárias e aqui continuamos a viver ou trabalhar ao lado de águas negras. Tememos contrair doenças”, referiu.

Vamos reabilitar a vala

– Jorge Anza, administrador do mercado

O administrador do Mercado Central de Nacala, Jorge Victorino Anza, garantiu à nossa equipa de Reportagem que brevemente arrancarão as obras de reabilitação da vala, uma medida que visa permitir fluidez na circulação da água pluvial para longe da zona comercial.

Anza disse ainda que o que condiciona a circulação da chuva naquela vala é o facto de a obra da sua construção, a qual iniciada no mandado anterior, não ter terminado.

“No ano passado pusemos areia e não solucionou o problema. Temos um orçamento para o efeito e este ano vão arrancar os trabalhos de conclusão da obra. Esperamos efectivá-los logo que terminar o período chuvoso",apontou.

Abibo Selemane

habsulei@gmail.com

Fotos de Carlos Uqueio

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