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Sibindy aconselha a prática de “poligamia política” a Nyusi

Por admin

No prosseguimento da colheita de opiniões sobre a actual governação do país, o domingo abordou o líder do PIMO, Bloco da Oposição Construtiva, Yaqub Sibindy, que acedeu ao nosso convite para lançar ideias que lhe parecem consentâneas às necessidades actuais de Moçambique. 

Convidou o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, a praticar aquilo que chamou de “poligamia política”, para além de ter classificado os seus ministros de ciumentos.

Qual é o alcance do discurso presidencial segundo o qual as boas ideias ideais não têm cor partidária? Esta é a pergunta que fizemos ao líder do PIMO, Yaqub que foi categórico ao responder que ainda não está a ser posto em prática e os culpados são os membros do Conselho de Ministro.

Segundo afirmou, o discurso presidencial não passa de uma desilusão e poderá cair no descrédito caso não haja mudanças por parte de quem o proferiu, bem como dos membros do Conselho de Ministro.

Yaqub Sibindy, compara alguns dirigentes do Estado a uma esposa ciumenta e remata: “Alguns ministros de Nyusi têm ciúmes dos líderes da oposição”.

Para ele se o discurso caminhasse em sintonia com a prática muitos dos problemas sociais e políticos, como por exemplo, seca no Sul e Centro e inundações no Norte não afectariam o país nos moldes em que está acontecer neste momento.

Yaqub Sibindy que foi recebido há cerca de um ano pelo Presidente da República no gabinete presidencial diz não perceber como é que a sua proposta de governação, o chamado projecto “Novo Moçambique” ainda não foi incorporado no Plano Quinquenal 2015- 2019.

“O vocabulário usado pelo Chefe do Estado na tomada de posse não está a ser posto em prática e carece de uma instituição própria para zelar dessas boas ideias. Portanto, como da oposição não conheço a quem me dirigir para formalmente apresentar as minhas sugestões. Estamos perante um discurso abstracto que a qualquer momento vai cair no descrédito”,disse Sibindy, para quem a solução passa pela criação da Secretária do Estado ou Ministério dos Assuntos da Oposição. 

Aquele dirigente político fez questão de frisar que no encontro mantido com o Presidente da República ficou esperançado de que o seu projecto teria espaço como um documento adicional ao Plano Quinquenal aprovado pela Assembleia da República. Entretanto, até hoje nem água vai nem vem.

Sibindy recordou que no encontro mantido com o Chefe do Estado, este mostrou-se receptivo à proposta do PIMO, mas que os seus colaboradores directos (membros do Conselho de Ministro) mandaram para o lixo as suas propostas alegadamente para não serem considerados incompetentes.

MEMBROS DO CONSELHO DE MINISTRO SÃO CIUMENTOS

O líder do PIMO, apelidou de invejosos parte significativa dos membros de Conselho de Ministros que na sua óptica não querem saber das boas notícias vindas dos dirigentes fora do governo do dia.

“O Presidente da República viu o projecto “Novo Moçambique” e gostou, mas não permitiu a sua incorporação nos planos do governo do dia. Estamos a dizer que teve acesso ao nosso programa, mas não o acomodou nos seus planos porque não definiu estratégias claras para a sua concretização, até porque o PIMO apoiou a campanha da Frelimo que suportou a sua candidatura”,ajuntou Sibindy.

No seu entender, o Presidente da República devia praticar aquilo que denominou de “poligamia política” para se sentir um felizardo. “ Há ciúmes no seio do Conselho de Ministros e parte dos ministros cria conflitos com a oposição, ou seja, assemelha-se a um homem que tem duas esposas em que cada uma delas tem inveja da outra. Nyusi tem que ser um polígamo político para se sentir feliz na sua governação”.  

Se o Chefe do Estado fosse um “polígamo político” segundo aquele dirigente político, o país não podia continuar a coabitar com os problemas de gestão danosa dos fundos públicos e a cultura de não prestação de contas ao eleitorado.

Para Sibindy, os dirigentes do Estado só se lembram do povo quando o Presidente da República desloca-se aos distritos em visita presidencial e terminado o processo recolhem aos gabinetes e não à rua.

“O projecto “Novo Moçambique” elegeu a terra e a família como unidade de planificação de todas as operações do Estado. Sendo este um dos recursos disponíveis nas nossas contas, cabe a cada família uma parcela de dez hectares que podemos denominar de “coeficiente dez”. A família é o Estado em miniatura”,afirmou.

Ainda no concernente a este assunto, o nosso interlocutor disse que Moçambique é uma das potências mais fortes em recursos hídricos a nível da região, com mais de 66 rios de curso permanente, lagos naturais e albufeiras para não falar de mais 2.700 quilómetros da costa marítima.

 

NÃO HÁ POLÍTICA DE GESTÃO DE ÁGUA

 

As políticas de gestão de água não estão a funcionar convenientemente e o nosso projecto pretende introduzir o uso racional da água, construindo rios artificiais, barragens e diques a fim de assegurar o armazenamento e reserva de água em todo território nacional.

Com este projecto, segundo o nosso entrevistado o país poderia evoluir para três a quatro campanhas agrícolas num só ano. “ Nós propomos a criação do Ministério de Águas”.

E acrescenta: “Assim, o país mitigaria as constantes calamidades naturais provocadas pelas cheias e secas prolongadas, mesmo nas margens fluviais, aproveitando domesticar as águas num verdadeiro parceiro estratégico de homem para o desenvolvimento sustentável de Moçambique”.

Sobre para quando o arranque e de onde virão os fundos para esse projecto, Sibindy afirmou que “o dinheiro não é problema” e que caso o governo tivesse anuído à sua proposta, até Dezembro passado, os cofres do Estado teriam encaixado mais de dez biliões de dólares.

Ainda nos planos deste dirigente político consta a construção de rios artificias nas bacias do Rovuma, no Norte, Zambeze, Centro e Limpopo, no Sul, que na sua óptica garantiriam água para vários distritos.

No concernente à região Norte afirmou que a experiência passa por construir um canal a partir do rio Rovuma até ao distrito de Mueda e chegados aqui, erguer diques para o seu armazenamento.

“Desde o tempo colonial que Mueda enfrenta problemas sérios de água e nós já identificamos a solução desde que nos deixem trabalhar porque vontade e parceiros de cooperação não nos faltam”,assegurou o líder do PIMO, para quem por ser um planalto a água poderia descer sozinha para outros distritos vizinhos sem precisar de bombagem ou uso de energia.

No concernente à região Sul, a nossa fonte diz que a solução passa por desviar o curso natural do rio Limpopo e o desvio das águas até às regiões áridas de Mabote, Funhalouro, bem como a construção da barragem de Mapai, em Chicualacuala, província de Gaza.

Relativamente à região central, o líder do PIMO é de opinião de que para além de Cahora Bassa, em Tete, podia se aproveitar a água que anualmente inunda as populações fazendo desvios para outras zonas.

 

 PODER ECONÓMICO COMO O QUINTO PILAR

 

Se no nosso organigrama são conhecidos os poderes Executivo, Legislativo, Judicial e a força da Imprensa, o líder do PIMO fala da introdução do poder económico como o quinto pilar da governação.

Para lograr esse objectivo, Sibindy diz contar com os préstimos do seu aliado natural, João Massango, o auto proclamado político ambientalista que nos últimos tempos transferiu o escritório para a sede do PIMO.

“O Presidente da República tem que se libertar e aceitar a implementação do projecto “Novo Moçambique” que é o governo económico, ou seja, ele tem que se preocupar com questões políticas, para além de que se a Renamo está a negociar para a paz, o PIMO pretende um diálogo para a implementação do poder económico”,disse Sibindy     

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