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Restos mortais de José Moiane sepultados amanhã

Por admin

Vão a enterrar amanhã os restos mortais do General na Reserva, José Moiane, falecido na última quinta-feira em Maputo, vítima de doença.

Falecido aos 80 anos, José Moiane foi destacado combatente da luta armada de libertação nacional.

Após a independência nacional, em 1975,foi o primeiro governador da província de Manica, onde exerceu o cargo durante dois anos, para mais tarde desempenhar as mesmas funções durante onze anos na província de Maputo.

Nascido a 28 de Novembro de 1935 em Langane, distrito de Xai-Xai, província de Gaza, José Phahlane Moiane, de seu nome completo, ingressou na Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) na década de 60, tendo participado directamente na luta armada de libertação nacional.  

Na infância, Moiane dedicou-se à pastorícia e, com a morte do seu pai, partiu para a então cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo), onde inicia os seus estudos primários na Missão Suíça (Khovo).

Sem ter concluído o Ensino Primário, José Moiane deixou Lourenço Marques para a África do Sul, em 1955, onde trabalhou como mineiro. É neste país que começou a interessar-se pela política, ao entrar em contacto com alguns activistas do Congresso Nacional Africano (ANC) e de outros movimentos nacionalistas que se preparavam para lutar pela independência de alguns países africanos.

Regressado a Moçambique, em 1956, José Moiane obteve a carta de condução e trabalhou depois em várias empresas da capital do país.

Com o surgimento dos movimentos nacionalistas ele e um grupo de companheiros da juventude começam a delinear estratégias de luta contra o colonialismo.

 Em 1962 é fundada, na Tanzania, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e isso espevita ainda mais o fervor nacionalista de José Moiane, que nos princípios de 1963 experimentou uma tentativa de fuga para aquele país através da Suazilândia, mas o seu plano é abortado pela PIDE, a Polícia Política portuguesa.

A 1 de Novembro do mesmo ano José Moiane embarcou de novo num comboio com destino à então Rodésia do Sul, actual Zimbabwe, e dali alcançou a Zâmbia e depois a Tanzania, onde foi recebido por jovens moçambicanos que já lá se encontravam, de entre eles o antigo Chefe do Estado Joaquim Chissano e o ex-Primeiro-Ministro Pascoal Mocumbi.

A viagem de fuga foi espinhosa, como se pode depreender, mas José Moiane não desistiu, tendo conseguido juntar-se aos seus compatriotas que se preparavam para iniciar a luta de libertação. Lutou e ajudou a libertar a pátria da dominação colonial portuguesa.

CONSELHO DE MINISTROS

PROPÕE FUNERAL DE ESTADO

O Conselho de Ministros, reunido na sua 1ª Sessão Extraordinária, no dia 20 de Fevereiro de 2015, apreciou a informação sobre os preparativos das exéquias do Tenente General José Phahlane Moiane, falecido no dia 19 de Fevereiro 2015, na sua residência, em Maputo, vítima de doença.

Na mesma sessão submeteu uma proposta ao Presidente da República, para nos termos da alínea b) do n° 2 do artigo 39 da Lei n° 10/2011, de 13 de Julho ( que estabelece o Sistema de Títulos Honoríficos e Condecorações da República de Moçambique) proclamar-se José Phahlane Moiane, Tenente General na reserva, Herói da República de Moçambique

O Conselho de Ministros propõe igualmente a realização, amanhã, de um Funeral de Estado e a observância de Luto Nacional de dois dias, a contar do dia da realização do funeral. O Chefe de Estado, que sexta-feira realizou uma visita restrita à família do malogrado, ainda não se pronunciou em torno desta proposta.

 

 

 

 

 

 

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