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Informe mostra as realizações de 2013

Por admin

O informe do Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, sobre a situação geral da Nação, no ano prestes a findar, mostrou as principais realizações havidas ao longo do ano prestes a findar, onde se destaca entre outros aspectos, a questão do diálogo entre o Governo e a Renamo, tranquilidade e segurança públicas, distribuição da riqueza, tensão política militar, segundo afirmaram as chefias das bancadas quando instados a comentar sobre que aspectos tinham retido do discurso do Chefe do Estado.

 Por seu turno, algumas personalidades consideram que apesar de os desafios serem enormes o país está em franco crescimento.

Radiografou o país real

Margarida Talapa, chefe da bancada da Frelimo

A chefe da bancada da Frelimo, Margarida Talapa considera que o Presidente da República foi exaustivo no seu informe ao fazer uma radiografia integral dos principais acontecimentos do ano prestes a findar e com propostas concretas para que o país continue a avançar rumo ao desenvolvimento.

Para Margarida Talapa, o Chefe do Estado foi mais eloquente ao apontar as principais questões que afligem os moçambicanos, mormente, a unidade nacional, paz, distribuição da riqueza, diálogo, desenvolvimento, entre outros aspectos candentes do pulsar do país.

“O Presidente da República, ao utilizar a metodologia que usou, de abordar os principais aspectos que preocupam os moçambicanos, foi ao encontro das suas expectativas. Esta pedagogia usada, vale a pena cada cidadão reter. Gostaria de saudar a sua disponibilidade de, a qualquer momento poder dialogar com o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama”,disse Margarida Talapa, reiterando para que a “perdiz” assuma uma postura democrática e paute por um discurso sério e proactivo. 

Discurso evasivo

– Lutero Simango, do grupo parlamentar do MDM

Para Lutero Simango, chefe do grupo parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o Chefe do Estado não se referiu ao verdadeira estado da nação, a não ser recorrer à Constituição da República para convidar os moçambicanos a participar na luta contra a pobreza.

Segundo Simango, ao em vez de arrolar os principais acontecimentos no ano prestes a findar, o Presidente da República devia ter aberto o dossier sobre a quantas é que vai o processo do diálogo em curso entre o Governo e a Renamo.

“Nós ainda não sabemos quais são os aspectos que imperam de facto o avanço das conversações em curso no Centro de Conferências Joaquim Chissano. A mensagem principal que deixou é a de que o Exército vai ser equipado para assegurar a estabilidade. Mas o caminho não é esse. O que é necessário é fortificar as conversações para se ultrapassar a actual crise político militar”,disse Lutero Simango, apelando para uma abertura entre as partes em conflito.

 

Instando a comentar sobre os principais desafios apontados pelo Chefe do Estado para a construção do bem-estar dos moçambicanos, Simango respondeu nos seguintes termos: “são os que estão circunscritos na Constituição da República que preconiza que Moçambique é um estado de direito que deve garantir o bem-estar de todos através de políticas concretas, mas que na realidade não é o que acontece”.

Aponta os reais problemas do país    

– Mateus Katupha, bancada da Frelimo

“O aspecto principal que retive no informe do Chefe do Estado é que ele identificou os reais problemas do país, analisou-os em quatro blocos, para além de que apresentou as propostas de solução e apontou áreas claras da evolução do desenvolvimento nacional”,disse o deputado Mateus Katupha, membro da Comissão Permanente da Assembleia da República.

Acrescentou que para além de falar dos desafios, Armando Guebuza deu uma verdadeira lição sobre como é que os moçambicanos, independentemente da sua filiação partidária, cor, religião ou raça, podem participar no processo do desenvolvimento do país.

“Ele demonstrou na sua intervenção que apesar das dificuldades com que nos confrontamos, há esperança de evolução em todos os sectores. Também mostrou que para o desenvolvimento do país é preciso que cada cidadão arregace as mangas para trabalhar para a construção do país”,disse Mateus Kathupa.

Protesto contra a falta de avanços no diálogo

– Arnaldo Chalaua, porta-voz da Renamo

O porta-voz da Renamo, Arnaldo Chalaua diz que a sua bancada abandonou a sala no momento que o Chefe do Estado ia proferir o seu discurso sobre o estado da Nação para protestar contra a incapacidade do Presidente da República de pôr termo à tensão político-militar que se regista na região central do país.

Segundo afirmou, esta é a forma que a Renamo encontrou para se solidarizar com o povo que sofre com a situação da crise político-militar, situação essa que obriga os moçambicanos a abandonar as suas residências habituais.

“Vimos que não fazia sentido estarmos presente na plenária a ouvir uma informação que não vai ao âmago dos problemas do país. Isto é, não vai resolver as preocupações dos moçambicanos, sobretudo, no que diz respeito à tensão político militar”,disse Arnaldo Chalaua, quando instado a pronunciar-se sobre os motivos do abandono da sala da plenária.

Na ocasião, Chalaua reiterou que a sua formação política ainda aguarda uma resposta satisfatória sobre a participação dos mediadores internacionais para o seu regresso ao diálogo que decorre no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano.

“Para nós, só pode haver diálogo sério com a presença de facilitares e observadores internacionais. Este é um assunto que não é problemático, porque não aceitar esse aspecto é continuar a empurrar o país para uma situação de instabilidade política”,disse Arnaldo Chalaua, sublinhado que o cerne de toda esta polémica tem a ver com a não aceitação da paridade nos órgãos de administração eleitoral com destaque para a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Leitura real do estado da Nação

– Rogério Utui, Reitor da Universidade Pedagógica

O Reitor da Universidade Pedagógica, Rogério Utui, diz que o informe do Presidente da República fez uma leitura muito fria e real do actual estado da Nação, onde destacou os quatro principais desafios a superar, nomeadamente, a questão do diálogo entre o Governo e a Renamo, imposição da autoridade do Estado no território nacional, tranquilidade e segurança públicas e a distribuição da riqueza.

“Se formos a ver, dois terços do informe centram-se nos quatro desafios que o país tem pela frente, sendo que dois deles falam de questões relacionadas com a paz, estabilidade social, pelo que é uma leitura muito séria que ele fez sobre os aspectos da paz. Durante cerca de dez minutos explicou o desenrolar o processo do diálogo, uma informação que o público não tinha acesso”,disse Rogério Utui.

Não há novidades

– José de Sousa, do MDM

José de Sousa do grupo parlamentar do MDM diz que o Chefe do Estado não trouxe nenhuma novidade a não ser apontar aquilo que foram as realizações do ano e os desafios que se têm pela frente no que diz respeito à exploração e distribuição da riqueza proveniente dos recursos naturais.

“Dentre os aspectos a destacar, o PR falou da questão do diálogo, onde frisou que ia continuá-lo de várias formas, abarcando todas as forças da sociedade. Mas também retive a questão da distribuição da riqueza que não é novidade. Nós gostaríamos que as mais-valias provenientes da exploração dos recursos minerais fossem aproveitadas integralmente pelos moçambicanos”,explicou José de Sousa, sublinhando que o Chefe do Estado não apontou soluções consistentes para resolver a crise política que se regista na região central do país.

Espelha o pulsar do país

– Yacub Sibindy, Bloco da Oposição Construtiva

O líder do PIMO, Bloco da Oposição Construtiva, Yacub Sibindy diz que o discurso do Chefe do Estado espelha aquilo que foi o pulsar do país durante o ano de 2013, caracterizado por situação anómala provocada por falta do discurso coerente por parte da liderança da Renamo.

Na ocasião, Sibindy elogiou a postura do Presidente da República de se mostrar aberto ao diálogo e a recepção na capital do país do líder da Renamo Afonso Dhlakama.

“O informe espelhou o dia-a-dia do país e devo destacar o facto de o PR ter deixado claro na sua alocução que continua aberto ao diálogo desde que seja em cumprimento restrito dos órgãos constitucionalmente aprovados. Isto é, não rejeitou a paz, mas sim deixou claro que os assuntos devem ser tratados em fóruns apropriados, pelo que na minha óptica está a fazer tudo para que haja um diálogo construtivo”,observou Yacub Sibindy, para quem o país precisa sair brevemente da crise política prevalecente.

 

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