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Foi dado um passo gigantesco em direção à paz efectiva no país

Por admin

O desarmamento da guarda do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, pelas Forcas de Defesa e Segurança (FDS), ocorrido na manhã de sexta-feira passada, na sua residência, bairro de Palmeiras, cidade da Beira, e a consequente entrega dos artefactos aos mediadores do processo de pacificação, sob a assistência da governadora provincial de Sofala, Maria Helena Taipo e outras testemunhas conjunturalmente selecionadas, terá sido um passo importante no caminho da paz pela qual os moçambicanos rezam todos os dias.

A operação que culminou com o desarmamento da guarda da Dhlakama, resultou ainda na recuperação de três armas pesadas roubadas às FDS no incidente do dia 25 de Setembro em Gondola, província de Manica, mais 16 metralhadoras do tipo AKM e “elevadíssimas quantidades de munições” da própria Renamo, de acordo com o porta-voz da PRM, em Sofala, Daniel Macuácua.

O presidente do maior partido da oposição responsabilizou na altura os mediadores que poderão fazer chegar as armas ao Governo, depois de se ter recusado a fazê-lo directamente aos elementos das Forças de Defesa e Segurança, o que pretensamente na sua qualidade de militar significaria capitulação.

Os 11 elementos da guarda do líder ficaram na oportunidade detidos, não se sabendo se corre contra si alguma acusação formal, mas supõe-se que sejam parte dos que no dia 25 de Setembro estiveram activos no incidente de Gondola, província de Manica.

Na circunstância foi abatido um motorista de transporte colectivo de passageiros, aparentemente por ter ousado passar próximo da viatura protocolar do líder, o que veio desembocar no confronto com as FDS do qual resultou na morte de 23 pessoas, maior parte das quais, elementos da segurança de Dhlakama e viaturas da sua comitiva queimadas.

Afonso Dhlakama viria a reaparecer na quinta-feira passada, a partir de Gorongosa, depois de duas semanas refugiado nas matas das províncias de Manica e Sofala, na sequência de um trabalho de mediação levado a cabo por figuras religiosas e da sociedade civil nacionais.

Dhlakama disse ao país que entregava as armas voluntariamente como sinal de que era pela paz, mas recusou que a sua residência seja vigiada pela polícia, depois de desactivada a sua guarda. Ele disse que a precisar de proteccao pedirá à respectiva corporação.

Entretanto, a esse respeito, Daniel Macuácua que disse que “ a segurança do líder da Renamo passa a ser garantida pela Policia da República de Moçambique”.

No grupo dos mediadores, entretanto, foi visto o edil de Quelimane, Manuel Araújo, de quem o domingo quis saber se se tratava de um reforço da equipa de mediação, já conhecida desde as rondas da sala de conferências Joaquim Chissano.

Quando há uma missão que implica a paz e se és moçambicano, não precisas de consultar a ninguém, ai onde se julgar que a tua contribuição é necessária, vai” disse em resposta Manuel Araújo.

Para a fonte, estando na Beira e porque alguém se lembrou da sua equidistância em relação às partes litigantes, em relação a assuntos de importância nacional, não obstante tratar-se de um político da oposição, solicitou-o para contribuir para a facilitação que se impunha e fê-lo sem remorsos.

Como moçambicano e amante da paz, fui a correr e só mais tarde tive que dar as explicações a quem devia” ajuntou. Manuel Araújo foi quem leu a lista dos artefactos bélicos encontrados pelas FDS, na casa de Afonso Dhlakama, na cidade da Beira.

É consensual que se trata de um passo importante para a paz efectiva, tendo em conta que Afonso Dhlakama dispôs-se a trilhar o mesmo caminho, cujos desenvolvimentos serão conhecidos nos próximos dias.

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