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Nyusi: Um balanço do primeiro ciclo de visitas ao país

Por admin

O Presidente da República (PR) de Moçambique, Filipe Nyusi, acaba de completar o primeiro ciclo de visitas de trabalho aos quatro cantos do país. O Ciclo fechou com um comício por ele (PR) orientado na Cidade de Tete, capital da província do mesmo nome.

Que balanço se pode fazer?

A avaliar pelas respostas que o PR foi dando aos jornalistas, depois de visitar cada província, pode dizer-se que este ciclo de visitas produziu o resultado esperado. Com efeito, o PR travou contacto directo com a realidade de cada local visitado e apresentou os cinco (5) pilares do Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2015 – 2019. No que é específico a cada local visitado, o PR informou a população sobre o que está programado para acontecer nesses locais no decurso dos quatro (4) anos, de ora (2015) até 2019.

Foi interessante notar como o PR abordou a questão da paz, unidade nacional e defesa da soberania do povo moçambicano. Sobre esta questão, o PR saiu-se muito bem na transmissão das seguintes mensagens, aqui reproduzidas nas minhas próprias palavras:

(i) Moçambique só é forte unido. Divididos somos fracos e vulneráveis. Temos que recusar ser divididos por qualquer que seja a razão, instigados a isso por alguém. Ninguém conhece melhor a nossa história do que nós próprios. Só nós sabemos o que ganhamos com a nossa unidade, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Oceano Índico. Só unidos é que conseguimos, finalmente, conquistar a nossa independência política, depois de quase quinhentos (500) anos de dominação a que fomos sujeitos por um povo estranho a nós. Enquanto não estivemos unidos, foi impossível conquistar a independência. E quando conquistamos a nossa independência, os nossos inimigos, aqueles que pretendem perpetuar a dominação sobre nós, que existem entre nós, instigaram a divisão para nos porem a lutar entre nós. E chegamos a lutar entre nós. Nessa luta destruímos o nosso país e travamos o nosso desenvolvimento colectivo. Acabamos compreendendo que estávamos a ser enganados e terminamos com a guerra em que estivemos envolvidos entre nós próprios, uns contra os outros. Mas os inimigos da nossa independência continuam entre nós. Agora eles usam outras tácticas para nos pôr a lutar novamente. O objectivo deles é inviabilizar o nosso desenvolvimento e perpetuar a sua dominação sobre nós, agora em termos económicos (…).

(ii) Tudo o que existe neste país é de todos nós, moçambicanos. Eu (Filipe Nyusi) sou o Presidente de todos os moçambicanos, porque assim a maioria decidiu que tem que ser. Não outro Presidente de outros moçambicanos. Um governo em Moçambique é só um, que é dirigido por mim (Filipe Nyusi) e que trabalha para todos os moçambicanos. O Governo que eu (Filipe Nyusi) estou a dirigir não é só meu, é todos nós, moçambicanos. A tarefa fundamental deste Governo é assegurar que tudo o que país tem e produz sirva igualmente a todos os nós, moçambicanos, e que esses recursos nos sirvam em qualidade e quantidade adequadas, e observando que gerações vindouras também precisarão dos mesmos recursos para serem viáveis, de modo a perpetuar a nossa cultura e identidade no mundo. É claro que este objectivo é contrário aos interesses dos inimigos da nossa independência, razão pela qual tudo fazem para o inviabilizar (…).

(iii) Devemos estar conscientes e reconhecer que os inimigos da nossa independência sempre farão tudo quanto puderem para nos pôr a lutar entre nós outra vez. Temos que aprender a resistir contra isto de forma maneira inovadora. Amiúde, isto significa que temos que fingir de parvos, do mesmo jeito que alguns bichos fingem de mortos quando se sentem ameaçados. Temos que desenvolver e aplicar tácticas diversificadas de sobrevivências, para sermos uma sociedade viável. Alguns dos nossos irmãos não compreendem isso, a agem a favor dos nossos inimigos. Nós que compreendemos que eles não compreendem que estão a dar tiros nos seus próprios pés temos que ser pacientes e dialogarmos calmante com eles, para lhes fazer compreender e reconhecer que lutar entre nós, moçambicanos, não rende nada para nós, excepto mais desgraça, mais atraso. O Governo que eu (Filipe Nyusi) dirijo, o nosso Governo, Governo de todos os moçambicanos, está a trabalhar neste sentido. Este Governo tudo vai fazer para que moçambicanos não tenham nunca mais razão para se porem a lutar entre si. Não se luta com quem não quer lutar. Neste novo ciclo de governação, o nosso Governo não deve trabalhar para gerir uma guerra entre os moçambicanos. É por isso que eu (Filipe Nyusi) não mando perseguir nem prender ninguém que viole deliberadamente as nossas próprias leis. Eu (Filipe Nyusi) já estou sabendo que quem viola deliberadamente as nossas próprias leis está a cumprir a agenda dos inimigos da nossa independência, quiçá por ter sido enganado ou por padecer de défice de patriotismo. Sabemos e compreendemos que a razão fundamental dessa violação deliberada das nossas próprias leis por nossos concidadãos é a ignorância; ignorância sobre a importância da paz, da harmonia, da independência e da nossa soberania como um povo; ignorância sobre o valor da nossa unidade como um povo que comunga um ideal de liberdade e de independência. A nossa tarefa colectiva deve, portanto, concentrar-se em trazer esses nossos concidadãos à razão, à luz da paz e da unidade nacional. Isto explica que a abordagem preferencial das nossas diferenças seja o diálogo sistemático com todas as forças vivas da nossa sociedade, sem exclusão. Só assim é que podemos almejar e realizar melhores condições de vida para nós mesmos (…).  

(iv) Não devemos permitir que alguém nos instigue a lutarmos entre nós. Em Moçambique há espaço para todos nós. Todos os moçambicanos têm direito a beneficiar de tudo o que temos e somos capazes de produzir. Todos temos o direito e a liberdade de pensar e dizer ou não dizer o que pensamos, conforme desejemos, desde que isso não reduza o direito e a liberdade de uma outra pessoa fazer o mesmo. As boas ideias não têm partido e devem ser colocadas ao serviço de todos nós. Ninguém deve ser preso por ter uma opinião diferente. Quem disser o contrário disto está a distorcer para enganar e promover o divisionismo e lutas entres nós. Devemos todos lutar contra quem assim procede; lutar contra quem nos quer dividir e nos fazer lutar uns contra outros. Mas esta luta não deve ser conduzida com o recurso às armas de fogo, químicas ou biológicas; esta luta deve ser conduzida com recurso a outro tipo de arma, mais efectiva: a nossa inteligência (…).

(v) Vamos todos dizer aos concidadãos que vivem enganando outros para servir interesses alheios aos nossos próprios como um povo para que parem de fazer isso. E aqueles concidadãos que estão sendo enganados a viver no mato por outros concidadãos—estes que até estão a viver no bem-bom nas cidades—devemos exortá-los para que se apresentem às autoridades, para serem reintegrados na sociedade a que pertencem por direito e gozarem de todos os direitos que assistem a todos os moçambicanos (…).

É assim que eu entendi o nosso PR, no que se refere às mensagens que transmitiu ao país, no seu primeiro ciclo de visitas de trabalho pelo Moçambique real. A paz, a unidade nacional, a defesa da nossa soberania, a exploração sustentável dos nossos recursos naturais e a distribuição balanceada da renda decorrente desta exploração são, quanto a mim, os assuntos que dominaram este primeiro ciclo de visitas de trabalho no país.

E tu, caro compatriota, como viste e entendeste o nosso PR neste primeiro de ciclo de visitas de trabalho pelo país adentro?

Julião João Cumbane

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