POR CAROL BANZE
CAROL.BANZE@SNOTICICAS.CO.MZ
Na manhã fresca de uma quinta-feira de Junho, uma luxuosa viatura protocolar de cor branca, com capacidade para dez lugares, encostou-se na parte frontal do charmoso hotel desenhado ao estilo francês, cujos traços fundem o passado e o presente em harmonia e serventia. Localiza-se num dos pontos menos movimentados de Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo (RDC), onde eu e alguns membros da delegação de Moçambique, especialmente colegas de imprensa, ficámos alojados. Jerrie, o motorista daquele veículo, apresentou-se perante nós como o homem indicado oficialmente para garantir a nossa deslocação durante o tempo em que estaríamos naquela cidade, na cobertura da Reunião da Organização das Primeiras-damas de África para o Desenvolvimento (OPDAD).
O homem, de aproximadamente dois metros de altura, sisudo, discreto, até certo ponto misterioso, de passos metodicamente calculados e cadenciados à semelhança das lides militares, foi imediatamente acolhido e assumido pelo grupo composto por mim – apelidada pelo colectivo como “falastrona” e “confusa”; por Júlio Sumail, o animado dançarino; por Cadafe Buanamade, o exímio comilão de “incontáveis” bolas de fufu (xima), e por Acamo Maquinasse, o piadista e homem do contra. Badaaaaa… quarteto formado.
A melhor parte da nossa viagem em cumprimento de uma missão laboral traçou-se desde os primeiros momentos pelas travessuras e acasos que de imediato aconteceram. Com efeito, a dose de alegria que de nós emanava desmanchou peça-a-peça, minuto-a-minuto, a couraça que encobria o congolês. Deste modo, a amizade entre pessoas, cujas origens somente teoricamente se conheciam, crescia e cavava das profundezas as semelhanças que existiam. Os traços distintos resultantes das fronteiras geográficas aos poucos desvaneciam, formando um entrelaçado entre nós e ele. Leia mais…
