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Hospital Geral da Beira: a obra que há muito faltava!

Por Idnórcio Muchanga

Entre os anos 1997 e 2010 muitas reportagens que efectuei para este semanário foram na área da Saúde e sempre na companhia deste grande mestre da fotografia de nome Alfredo Lázaro Mueche, agora a gozar bravamente da sua linda e merecidíssima reforma.

Impelidos por uma sensibilidade que não sei explicar, mas com pretensão de reportar o trabalho dos profissionais da Saúde, sobretudo médicos especialistas e enfermeiros, escalámos todos os principais hospitais do país. Fomos uns privilegiados. Um regalo. Sobretudo quando a dado momento começámos a receber chamadas de gente anónima, de colegas de profissão, dos profissionais da Saúde informando- nos que nalgumas unidades sanitárias havia casos que gostariam de ver reportados.

Com efeito, trabalhámos nos Hospitais Centrais da Beira (HCB), Nampula (HCN) e Maputo (HCM). Nos hospitais provinciais de Pemba, Chimoio, Tete, Quelimane, Niassa, Inhambane e Xai-Xai. Queríamos trazer, em primeira mão, o brioso trabalho que se faz nestas unidades sanitárias. Tivemos o privilégio de conhecer e trabalhar com médicos-cirurgiões como Mendes (Niassa), Atílio Morais (Maputo), João Carlos (Nampula), Igor Vaz (Maputo), Ivo Garrido (antigo ministro da Saúde), Marckezini (Quelimane), Josefo Ferro (Beira); Matidiana (obstreta, Beira), Nhumba (Beira); com directores provinciais da Saúde e médicos-chefes da época, como Melo (Manica), Luísa Cuamba (Tete), Karaganis (Beira) e os malogrados Mussa e Capece (Cabo Delgado). Trabalhámos em hospitais rurais de Muxúnguèe Nhamatanda (Sofala), Carmelo (Chókwè), Angónia (Tete), Vilankulo (Inhambane), entre outros.

Mas foi o Hospital Central da Beira (HCB) que mais vezes escalámos e, em consequência destas visitas quase constantes, passámos a conhecer todos os cantos desta unidade sanitária e as suas principais limitações.

Por exemplo, a escassez de água potável obrigava às várias direcções que por lápassaram a se reinventarem para minorar a crise, de modo que os doentes internados pudessem continuar a fazer a sua higiene individual sem grandes sobressaltos. E aqui háque reconhecer o esforço dos familiares dos doentes acamados nas várias enfermarias que vezes sem conta levavam a água de casa, sinal inequívoco de que o HCB estava bem inserido na comunidade.

Semana passada alegrei-me ao saber que foi lançada a primeira pedra para a edificação do Hospital Geral da Beira, na zona de Mungassa, arredores da cidade da Beira, e deveráestar concluído em 2021.

Pelas minhas contas, hámuito que a cidade pedia um hospital geral porque o HCB, por estas alturas, deve estar a funcionar no limite das suas capacidades, para além de que a infra-estrutura vem dando mostras de cansaço, facto recentemente agravado pelo ciclone Idai, de triste memória para todos os moçambicanos.

Por André Matola
andre.matola@snoticias.co.mz

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