“Nzi lwile kulwa ko saseka; Nzi mbetile a ku tsutsuma ka mina; Nzi gongole a kukholwa. (Combati o bom combate; Acabei a carreira; Guardei a fé:) 2 Timóteo 4:7
O Versículo que serve de subtítulo a esta lucubração, a sua autoria é atribuída a um homem que terá vivido há mais de dois mil anos. Mas também pode perfeitamente ser reivindicado pelo Evangelista Raimundo Ezequiel Xikwava, um grande “Profeta” contemporâneo, falecido subitamente em sua casa no passado dia 08 de Novembro. Era um verdadeiro Bom Homem e Homem de Bem! Ele sempre viveu consciente de que todos nós, mais dia, menos dia deixaríamos de existir. Amigo dos poucos verdadeiros, sempre lembrava-me que: “Wa zi tiva mundoni, tsama na u longile hakuva isiku ginwe basi utafa”. Lembrava-me sempre que estivéssemos juntos que: “Um dia todos nós, iremos separar-nos dos nossos entes queridos. Aí então, todos os nossos planos ficarão deixados para trás. Os nossos cônjuges (viúvas/viúvos), os nossos filhos, os nossos netos, continuarão a sua missão de aprender sobre a vida, agora sem aquela pessoa especial. Sentirão saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos, pois, a morte é irreversível!”. Por isso um dia eu disse-lhe que se chegasse a minha vez, ele seria o responsável pela minha cerimónia fúnebre. Os dois riamos com franqueza, mas, os que escutavam as nossas confidências, achavam-nos que os dois (eu ele),sofríamos duma grande insanidade mental!Acabo de perder um grande amigo, uma pessoa de inestimável e inigualável valor. Na minha mente, apenas ficaram aqueles versos do viajante Padre Brasileiro Zezinho que eu várias vezes li para ele. “Se eu morrer antes de você, faça-me um favor: Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum facto a meu respeito, ouça e acrescente a sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demónio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demónio, mas que a vida inteira tentei ser bom e amigo. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: “Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus”' Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar da minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direcção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar-nos, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas? Sim? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se trouxer o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Eu não vou estranhar o céu. Sabe porque? Porque ser seu amigo já é um pedaço dele!” Até sempre ó Grande Homem e que a sua alma descanse em PAZ!