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ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS: DAS PROMESAS FALSAS À MAGIA NEGRA

Por admin

“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores”  Mt 7:15. Haverá com certeza muitas definições sobre o que seja Magia, mas, de um modo geral, se definíssemos Magia como a arte de causar efeitos visíveis a partir de causas invisíveis, se calhar não estaríamos muito distantes da verdade.

 O Historiador e Sociólogo Russo V.F. Sokovieds, autor de alguns Livros sobre este ramo do saber, entre os quais “Magia Negra e Magia Branca”, publicada pela Editora Inova/Porto, -Colecção as Palavras e as Coisas, define Magia como “Conjunto de diversos actos cuja finalidade é exercer influência no mundo que nos rodeia através de um meio imaginário e sobrenatural”. Portanto, dependentemente dos objectivos das invocações ou práticas mágicas, esta pode ser definida como Magia Negra, Magia Branca, Magia Sexual, Magia Vermelha, etc., etc.. Por outro lado, pode se dizer que as “Leis Mágicas”, pouco diferem entre si, independentemente das diferenças culturais e ou raciais. De igual modo, a crença na realidade dos poderes Mágicos do ser humano é um factor comum a todas as culturas. Equivale isto dizer que o Curandeiro, (excepção para aquele Curandeiro/N’ganga, da Povoação, na verdadeira acepção da palavra, ao qual todos recorrem para ele “khametar” (besuntar se quisermos), uma criança que tem convulsões por “causa da Lua”, aquele N’ganga que conhece e utiliza as plantas empiricamente por dádiva divina, (maningwa Dambo), ou ensinado pelos seus avôs (não por revelações oníricas, qual José do Egipto), isto é, sem recorrer a trapaças), dizíamos, o Curandeiro o (Médico Tradicional), o Mago, o/a Bruxo(a), o Pajé, para nós outros, achamos que são todos eles “Colegas e/ou Camaradas” do oficio. Pouco diferem entre si. Desde os tempos muitos idos, até aos nossos dias, sabe-se que não existe Povo, Tribo ou Civilização que não traga consigo relatos de pessoas muito especiais ou possuidoras de segredos e técnicas que os tornam capazes de operar efeitos surpreendentes, ou mesmo aparentemente impossíveis. Pode parecer provocação, mas não estaremos equivocados se dissermos que o Padre, cada vez que celebra uma missa, estará, quanto a nós a realizar um ritual de magia branca, pois, está-se por certos meios e processos litúrgicos a invocar o Espirito de Deus (ou Espíritos Celestes), para comunicar com eles ou tentar obter-se um certo objectivo.

Até porque no caso da missa cristã, o padre ao acendervelas, queimarincenso, oferecerpão e vinho, tudo isto para invocar um espírito, seja ele o Espírito de Deus, ou de um Santo ou de um Anjo, aeste tipo de ritual, chama-se magia branca. São João Crisóstomo (que em grego significa “boca de ouro”), que foi Arcebispo de Constantinopla no final do século IV e início do século V, acrescenta que “durante a Santa Missa o altar fica circundado de anjos que ai se reúnem para adorar a Jesus Cristo que, nesse sacrifício sublime, é oferecido ao Pai celeste.”. Aliás, de acordo com V.S.Sokovieds, que temos vindo a citar, diz ele que, “do ponto de vista do senso comum, não há nem pode haver diferença alguma entre a fé e a superstição, devido ao facto de, em ambos os casos, estes conceitos terem como fundamento a fé na existência de um mundo sobrenatural e em fenómenos sobrenaturais” e ele remata com uma pergunta: “Na verdade, por que motivo a crença no profeta Elias é fé e a crença nos duendes é superstição?”. Atenção, o facto de citá-lo aqui, não significa que estejamos a assinar por baixo a tudo quanto ele afirma. Temos as nossas próprias convicções. Bem, a introdução vai longa, mas o que nos levou a eleger este tema para hoje é o facto de termos conhecimento e até provas de que alguns Candidatos a Membros e ou a Presidentes de Municípios recorrem aquelas “entidades” para sustentar as suas Campanhas. Daí receberem engrimanços e fórmulas um tanto rudes e primários alguns de difícil cumprimento, designadamente as de, durante todo o decorrer da campanha (15 ou 45 dias), não mudarem de indumentária; absterem-se de praticar sexo durante tal período; fazer longas caminhadas e contactar pessoalmente porta a porta um mínimo de Mil pessoas. Não é a primeira vez que abordamos este assunto. Já o denunciamos durante as intercalares. E as Promessas Falsas!? Alguns candidatos chegam ao ridículo de pensarem que estão a falar com pessoas desqualificadas e sem nenhuma sabedoria. Insultam a inteligência dos eleitores. É preciso ter cautela com a miríade de propostas que circulam sob o rótulo vago de reformaspolíticas. Ainda que seja fácil apontar os problemas é fundamental reflectir nas possíveis soluções que se prometem ou se tais promessas atendem às demandas que determinada zona ou Bairro necessita. Mais: é preciso conhecer melhor o que se está a prometer, pois, pode se correr o risco deoferecer respostas equivocadas para problemas mal diagnosticados.Mais não dissemos.

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