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DO QUE ME DESAGRADA OUVIR

Por admin

“Educa a criança no caminhoem que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6)

Duas das características passíveis e concorrentes para a identificação de um Povo, são entre outras os seus bons modos e as suas boas maneiras. Para isso, a Árvore, a Esteira ou Berço onde a pessoa nasceu e foi educada moldam-na. Deixam-lhe marcas registadas. O modo como começa a dar os primeiros passos, conta muito para o resto da sua vida. Daí o ditado: “De pequenino se dobra o pepino”, ou à maneira Tsonga “ Songa Xi Khumba na xa ha tsakama” (estica a pele quando ainda estiver molhada), expressõesque indicamque sedeve corrigir os defeitos morais da pessoa quando ainda criança. Antes das Escolas onde as crianças vão receber a educação formal, os Jardins de Infância, as Creches e os Orfanatos, desempenham um papel preponderante para a criação da personalidade, pois é lá onde se ensina e se galvanizam os tais bons princípios e as boas maneiras. É lá onde se ensina e se aprende a obrigatoriedade que a criança tem de reconhecer e respeitar os seus progenitores, saber que deve ser a primeira a saudar aos mais velhos; a usar uma linguagem adequada e decente. Os bons princípios e as boas maneiras, incluem ensinar à criança os Graus de Parentesco, designadamente ensiná-la que, todas as Crianças, são produto de dois progenitores: uma MULHER que se chamaMÃE e um Homem que se chama PAI. Nenhuma criança veio de duas MÃES ou dois PAIS. Um Padrasto, um Padrinho, uma Madrasta e ou Madrinha, não devem ser tratados por Pais da criança, por muito carinhosos que sejam. A perda de um dos progenitores, (pai ou mãe) da criança ou adulto fica órfã(o) de MÃE ou de PAI. Os pais dos Pais são únicos AVÔS no mundo e que os irmãos (irmãs) dos Pais, são Tios ouTias; osTio-avôs ou Tia-Avós são os irmãos ou irmãs dos nossosTios-avôs ou Tias-avós, bem assim como Tias ouTios-bisavôs que são os irmãos ou irmãs dos nossosTias ouTios-bisavôs. Uma pessoa que não faz parte da nossa família, se for um homem deve ser tratado por SENHOR…, e SENHORA…As amantes do pai ou da mãe, não são Tios ou Tias das crianças. Infelizmente não é isso que as crianças aprendem nas Creches, nos Jardins de Infância e nos Orfanatos. Logo tão cedo, as nossas Crianças são ensinadas e obrigadas a tratar aos Educadores (as) de infância pessoas totalmente estranhas aos laços familiares como “TITIOS (AS) ”!? E, para o cúmulo da nossa desgraça, os dirigentes a vários níveis de governação são tratados por Papás e Vovós. “Papá Ministro e Vovô Presidente da República”!? Donde raio essas Escolinhas foram importar estas aberrantes perversões!? Por este andar, as crianças irão aprender que quem está em Satungira a comandar assassinos Profissionais é “Vovô Dlakama”! Que ridículo! Isto é um autêntico desvio e abuso da liberdade de expressão! Que os Políticos inventem canções para cativar as populações a votar neles, é uma coisa bem diferente, mas isso não pode ser transportado para os Estabelecimentos de Ensino que têm como obrigação, transmitir aos educandos os valores Patrióticos e Morais. Ouvi com desagrado e muita mágoa na nossa Televisão Pública num programa infanto-juvenil no dia Primeiro de Junho dedicado à nossa Criança que, quem proclamou a Independência de Moçambique foi o “Vovô Samora” e que o Presidente da República chama-se “Papá Armando Emílio Guebuza”. Ao Arquitecto da Unidade Nacional é chamado “Vovô Eduardo Chivambo Mondlane”! Isto, pode parecer lindo, mas é ridículo! Não se devem inculcar na mente daquelas inocentes e ingénuas criaturas “chavões” políticos e alvitrantes. Em nenhum momento um Professor, Ministro, Chefe do Governo ou do Estado deve ser tratado oficialmente por “Titio” ou “Vovô”. É simplesmente feio, ridículo e inaceitável. Existem Fórmulas Oficiais que devem ser do conhecimento obrigatório de todo e qualquer Cidadão no relacionamento com as Autoridades, desde o Tratamento de Invocação e Cabeçalhos de Correspondência e Tratamento Oral e Abreviatura ao longo dos Textos. Um requerimento dirigido a Sua Excelência o Presidente da República, mandam as Regras Administrativas que devemos escrever: “Excelentíssimo Senhor Presidente da República – Excelência”, sem nenhuma abreviatura. Para os Ministros, Embaixadores, Presidentes dos Municípios e outros dirigentes, os Requerimentos são redigidos como se segue: “Senhor (Ministro, Embaixador, Presidente do Município, etc.) Excelência”. O Pápa é unicamente tratado por Santíssimo Papa ou Sua Santidade; O Cardeal, (no nosso caso temos até agora só um), é tratado por Eminentíssimo Reverendíssimo Senhor Dom…; Os Bispos da Igreja Católica Apostólica Romana, são tratados por Reverendíssimo Senhor Dom…; os das Igrejas Protestantes são tratados porReverendíssimo Senhor… e não levam nenhum “DOM”, excepção para a Igreja Anglicana que também os Bispos são tratados porSua Graça Dom…. E,já agora, aproveitando a deixa lembramosque os graus académicos, adquiridos com muita queima de pestanas começam por Bacharel, Licenciado, Mestre e Douto. Um Engenheiro, a menos que tenha se Doutorado também em alguma coisa, nunca deve ser confundido por Doutor. Meu caro, “Doutor”, não fique de ombros inchados quando te chamarem de “Doutor”, “Chefe”, “Patrão”, “Boss”, “Mais velhos”, etc.., se você é simplesmente Senhor, Senhora, Bacharel, Licenciado, Mestre ou Engenheiro. Estão a troçar consigo. As Academias disseminadas um pouco por este Pais, deviam inculcar e insistir muito principalmente nesta questão dos Graus Académicos. Eu já me fiz a minha parte.

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