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DA POBREZA DO ESPÍRITO AO PALAVRÓRIO

Por admin

Começo por dirigir algumas palavras de muito carinho e respeito a uma pessoa muito especial para mim, palavras estas, ditas na língua que melhor lhes possa dar sentido. Seja-me, pois,

permitido dizer: “A swifeni Camarada Presidente Armando Guebuza, Ndota ya Chembene, hi Ntlanu wa Makume na Makume Mabidri wa malembe lawa uma hanyeke”. (Congratulações ao Camarada Presidente Armando Guebuza, ancião dos Chembene, pelos seus 70 anos de vida). Por acaso, naquele início da década quarenta, viajámos juntos no mesmo comboio, só que em carruagens e classes diferentes, por isso a sua felicidade é também minha, Camarada Presidente. Sete décadas de vida, cada vez vai sendo difícil para muitos atingí-las. Vale, pois, fazermos nossas as palavras de alguém que disse: “SENHOR DEUS, desejo também longavida aosmeusinimigos,para que possam aplaudir em pé asminhasvitórias”.Quanto aos nossos detractores, esses “Guardiões da Razão” (Kant), os únicos que se julgam imaculados e correctos, e que têm como banquete deles a inveja, claro, que nãovamosvirara cara à lutapor causa deles. A Luta Continua!Talvez de quando em vez, um puxãozinho daquelas orelhas e língua cumpridas. Porque os convencer a encarar a vida com olhos de ver, quase seria uma “missão impossível”, porque muitos deles nasceram tortos e especializaram-se na maledicência!? A propósito desses malandros, conheci em Tete um amigo de ocasião nos princípios da década 80 do século passado, década essa que se desejava fosse “Década da Vitória sobre o Subdesenvolvimento”, sabotada depois por esses mesmos que hoje se sentem forçados a aplaudir-nos em sentido. O meu amigo, investigador português, (antropólogo) de apelido Fialho, tendo viajado quase por todo o nosso Continente, chegara a Tete a fim de aprofundar os seus conhecimentos sobre a Cultura Nyungwe, (Gule wa nkulu/Nyawu). Contou que, algures nas entranhas desta mãe África, há muitas formas de educar gente desavinda. Disse ter conhecido uma tribo que quando alguém faz ou diz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer a ele todas as coisas boas que fez. A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom, cada um de nós desejando segurança, amor, paz e felicidade. Mas, às vezes, na busca dessas coisas as pessoas cometem erros. A Comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro. Assim, eles unem-se então, para erguê-lo, para reconectá-lo com a sua verdadeira natureza, para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade da qual ele se desconectara temporariamente. Termina assim o relato do meu amigo de ocasião. Não tendo nós, moçambicanos, esse belo tipo de cultura, teremos de conviver com eles, embora por vezes as suas bocas nos tirem do sério. Por exemplo, há coisa de três semanas, escrevi e publiquei neste meu “Cantinho de amizade” uma reflexão sobre a chamada “Greve dos Médicos” com o título “Esganarelo Médico à Força, ou de quando os Médicos viram Mercenários”. Depois de ler no Jornal, um leitor enviou-me por e-mail um pedido para que lhe enviasse o artigo em versão electrónica, porque, segundo ele, desejava compartilhar aquele assunto que no dizer dele era interessante, com os seus amigos que não têm acesso ao Jornal. Não tendo visto nisso mal nenhum, não me fiz de rogado. Só que um dia depois, a pessoa que me solicitou o artigo retornou-mo com muitos comentários dos tais seus amigos, (mais de dez), alguns manifestando a sua solidariedade com o meu ponto de vista. Contudo, como não podia deixar de ser, no meio de tantos comentários encorajadores, uma voz aparentemente de mulher se fez ouvir num tom insultuoso contra mim. Apelava ela aos demais da sua corrente: “… gente, não percamos tempo com este papagaio da FRELIMO”. Eu até podia sentir-me muito feliz pela comparação com essa ave, porque acredito que a própria senhora não deve saber que é dos poucos animais que se mantêm fiéis aos seus parceiros por mais de cem anos. (Segundo alguns estudiosos, os papagaios podem viver até um século, regra geral, formandoum casal para toda a vida). Mas o papagaio é mais distinguido pela sua capacidade de imitar sons, inclusive, a fala humana, daqui sentir-me incomodado com a comparação visto que pela leitura que fiz ficou implícito que tudo quanto tenho vindo a escrever ao longo destas décadas todas trata-se de encomenda.Concluí que se trata de alguém que se sentiu bem identificado com o “mercenarismo medicinal” descrito no meu artigo, ou por ser médica grevista, parente ou esposa do “Esganarelo”. Infelizmente, ninguém pode ser identificado através dum simples “e-mail” que, por acaso, só está helenaxav@hotmail.com. Que dizer a esta degredada filha de Eva! Apenas recordá-la que as aves não fazem parte dos símbolos do meu Glorioso Partido. Somos pelo Batuque e a Maçaroca. E nem conheço ninguém na FRELIMO que se dedique a fomentar a criação dessas aves trepadeiras. Se a senhora se sentiu magoada como mulher de Esganarelo, ou por sustentar um homem que se tornou mercenário, esse problema somente encontrará solução nas vossas quatro paredes. Eu, Kandiyane, sou um homem não ave, mesmo em sentido figurado, por isso, não permito que uma desqualificada profissional como a senhora tenha em mim o sustentáculo das suas frustrações. Se ainda quiser manter os seus insultos contra mim de pé, identifique-se, porque terei muito desprazer em dar-lhe uma verdadeira lição de (i) moralidade. Para terminar, dizer que reitero a minha condenação veemente à atitude tomada pelos médicos de abandonar os doentes para passearem na praia e nos jardins. Mas isso nunca vai-me tornar papagaio. Desafio a senhora a um “combate” verbal limpo e honesto, recomendando-a, no entanto, para se informar bem a meu respeito, pois dou-lhe a minha palavra de homem não de papagaio, que depois do primeiro “round”, a senhora não se sentirá a mesma. Apesar da linguagem baixa não ser meu forte, mas dada a forma como a senhora me tratou, dá para concluir que a senhora não vale nem uma put… desculpe-me, queria dizer a senhora não vale nem uma pata de um papagaio. Ansiosamente aguardo a sua reacção, senhora helenaxav@hotmail.com.  

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