DA GREVE DOS MÉDICOS E DAS SUAS MOTIVAÇÕES

“O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio” (Pv 29:1)  “ Um coração obstinado acabará mal, e quem ama o perigo nele cairá; 

um coração obstinado acumula sofrimentos, e o pecador vai amontoando pecado sobre pecado. (Ec 3:25-26)

De um modo geral, edesde tempos muito remotos a partir dos quais o homem começou a adquirir conhecimentos e desenvolver saberes até aos dias de hoje, quando alguém termina a formação ou toma posse, de uma forma individual ou colectiva, fazum juramento. Jura-se por alguém, ou alguma coisa que representa algo de carácter sagrado.E,esse alguém é, quase sempre, um ancestral (vivo ou morto) ou uma entidade divina. Comummente,hoje em dia ouvimos dizer: – “Juro pela alma de …” (ancestral falecido), ou – “Juro pela minha mãe” (ancestral vivo), ou até mesmo – “Juro por Deus” (entidadede carácter sagrado).(Neste momento o/a respeitado/a Leitor/a deve estar a lembrar-se de um “ILUSTRE”, que jura quase sempre pela alma da sua defunta mãezinha). Nos tribunais dos Países à nossa volta, (e mesmo nos E.U.A.), o réu e as testemunhas juram pela Bíblia, (coisa que representa o sagrado para a civilização judaico-cristã). É verdade que em países como o nosso,o Juramento que se faz em quase todos os fins de Cursos e mesmo nas tomadas de posse,é meramente simbólico. Mas, na Grécia Antiga, e também noutras civilizações antigas,o Juramento era algo sério e de carácter obrigatório. Na fundação da Nação Portuguesa por exemplo, um dos juramentos mais célebres foi o do Egas Moniz de Ribadouro, aio e educador do primeiro Rei de Portugal, D.Afonso Henriques e um dos três Barões, (Pêro Gonçalves eEgas Gosendes) de D.Teresa, mulher de Henrique que, pelo seu não cumprimento pelo rebelde infante, quase custava o pescoço do nobre Cavalheiro e da sua família. Entre os diversos Juramentos de Cursos, o dos médicos, chamado “Juramento de Hipócrates”,está entre os mais famosos de todos os textos da Grécia Antiga.Isto porque,consegue abranger tudo: ao invocar personagens da mitologia grega, etrusca  e romana, estão na verdade sendo invocados os ancestrais de tempos imemoriaisde vários Povos,sendo de destacar a Grécia como se disse,berço da civilização ocidental, à quala maioria dos Povos do mundo deve conhecimentos válidos até aos dias que correm, através dasua vivência e sabedoria há muito, muito tempo atrás. Embora o actual Juramento de Hipócrates, esteja longe de ser igual ao original, mesmo assim, os Médicos representantes da A.M.M. promotores da Greve Homicida, (classifico-a eu), se não fossem guiados por outras motivações poriam a mão na consciência e deixariam de endurecer os seus corações, ante o sofrimento do Povo. Seja-me permitido para o conhecimento de quem não sabe, transcrever aqui e agora uma versão actualizada do “Juramento de Hipócrates” – FÓRMULA DE GENEBRA AdoptadopelaAssociação Médica Mundial, em 1983

“No momento de ser admitido como membro da Profissão Médica: Prometo solenemente consagrar a minha vida ao serviço da Humanidade. Darei aos meus Mestres o respeito e reconhecimento que lhes são devidos. Exercerei a minha arte com consciência e dignidade. A saúde do meu Doente, será a minha primeira preocupação. Mesmo após a morte do Doente respeitarei os segredos que me tiver confiado. Manterei por todos os meios ao meu alcance a honra e as tradições da profissão médica. Os meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que considerações de religião, nacionalidade, raça, partido político ou posição social se interponham entre o meu dever e o meu Doente. Guardarei respeito absoluto pela vida Humana, desde o seu inicio mesmo sob ameaça e não farei uso dos meus conhecimentos as leis da Humanidade. Faço estas promessas solenemente, livremente e sobre minha honra”.O Professor e escritor ítalo-americano, na “University of Southern Califórnia”- EUA,LeonardoFelice Buscagliaou simplesmenteLeo Buscaglia, um dos maiores escritores acerca do Amor dos últimos tempos, considera que: “Uma vida sem amor, não importa quantas outras coisas tenhamos, é uma vida vazia e sem sentido.“Ora quando os Médicos filiados a A.M.M., apagam qualquer réstia de amor para com o próximo e se tornam obstinados e inflexíveis, ante o sofrimento dos seus doentes, isso deixa-nos adivinhar outro tipo de motivações da sua greve. Para mim, está claro, (e com muita pena mesmo), que o jovem Médico Dr.Arroz, deixou-se cair nas malhas dos políticos que se servem dele e dos seus seguidores para fazerem passar outro tipo de Mensagem que não a dos Médicos, “cujos direitos estão sendo violados pelo Governo de dia”(!?).  Quem acompanhou as declarações do Dr. Arroz no Programa da ST na passada Terça-Feira à noite, repetido na Quarta-Feira de manhã, não ficou com duvida quanto as verdadeiras motivações da actual Greve dos Médicos. São motivações eminentemente Políticas. Senão vejamos: O que se pode dizer de um médico que nos aparece nos ecrãs duma Televisão a condenar em termos enérgicos a presença de Finalistas de Medicina e de outros Profissionais de Saúde, nos Hospitais e Centros de saúde, para mitigarem a falta dos titulares por terem aderido a Greve, outrossim o mesmo médico, entrega-se ao prazer,à satisfação pessoal,deleita-seecompraz-seaté em saber que pela ausência dos Médicos e outros Profissionais de Saúde nos seus postos de trabalho, doentes estão a morrer!? E, por saber que alguém sabotou com silicone os cadeados duma Farmácia onde ficam medicamentos que salvariam vidas ou que alguém inviabilizou a confecção de refeições para doentes e a realização de funerais, com todas conseqüências daí resultantes, ele fica visivelmente satisfeito!? Que Médico é este!? Onde está aquela sua preocupação pela saúde dos seus doentes!? Isto é inequivocamente lamentável! Ou “Os fins justificam os meios”, não é?