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ATÉ SEMPRE, FAIZAL LAKHÁ, NETO DOS KALANGANENI!

Por admin

“Pois, todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro” ‒ Salmos 90:9

A última vez que estivemos juntos, depois de muitos e longos anos de separação, foi no Jardim Nangade (ex-Jardim Dona Berta) em Maputo, na tarde duma sexta-feira, passam já dois anos. Enquanto tu sorvias um whisky e zombavas de mim porque eu bebia um apetitoso café com leite, chamando-me criança, abordámos muitas coisas entre as quais as recordações da nossa infância na nossa vetusta vila, passando pela vida da nossa Associação Cívica e Cultural de Inharrime. Depois de observarmos que ambos já estávamos velhos, naquela tarde, estavas muito feliz pelo nosso reencontro, ao ponto de contares-me o que segundo a tua avó materna teria acontecido na noite em que vieste ao mundo lá nas matas de Kalanganeni, no interior da localidade de Chacana (Txiyakaneni), distante cerca de vinte e cinco quilómetros da vila-sede do distrito de Inharrime. Contaste-me que segundo ela, tua avó materna, umas hienas, sentindo o cheiro do teu umbigo, uivavam rondando a vossa palhota! Recordo-me como se fosse hoje: rimos tanto e tu ruidosamente com aquela tua voz de trovão, ao ponto de chamarmos a atenção dos clientes das mesas vizinhas. Recordámos ainda o motivo que te fez ir exilar-te hoje nas terras dos Matakas. Foi em Janeiro de 1962, quando tu e o “Santinho” (Almeida Saraiva – Saranga), ambos jovens imberbes (sem nenhum pelo no queixo), partistes para o cumprimento do Serviço Militar Obrigatório. 

Texto: Kandiyane Wa Matuva Kandiya

nyangatane@gmail.com 

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