“…porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo…” Eclesiastes. 2:16
Se eu fosse Poeta, começaria a minha despedida com os seguintes versos: “Emílio comparado/aos demais Jornalistas, /nem entre os maiores, /foste sempre igualado:/qual deles deu brado/com tantos primores, /tais frutos e flores/de engenho inspirado? /com graças tão finas/ciência tamanha/qual deles te ganham? /os mais são colinas, /e tu, a Montanha!”. Mas, infelizmente toda a gente sabe que eu de Poesia nada entendendo, por isso, como um simples mortal digo: Adeus meu caro amigo Emílio, até sempre! Desta vez não é como costumavas dizer nas despedidas que fazias aos teus entrevistados ”Estamos Juntos!”. Desta vez, é mesmo até sempre! Tu partes com o sentido de dever cumprido: Entrevistaste desde o mais alto Majestade da Nação ao mais reles peão que nem eu. Tenho ainda guardada a disquete contendo a entrevista que o Emílio fez-me nas vésperas do lançamento do meu primeiro Livro em Julho de 2010. Após a entrevista já em “of the record”, como usava dizer, perguntava-me porque a maioria das minhas crónicas tinham sempre como pano de fundo a MORTE. Respondi que a razão disso é que eu gostaria de ter sempre presente a ideia de que um dia morrerei, como fez Filipe II da Macedónia. O Rei da Macedónia,e pai deAlexandre, o Grande, chegou a designar um empregado para que diariamente lhe dissesse: “Lembre-se, Filipe, de que você vai morrer”. A vida acaba assim mesmo: na MORTE e com a MORTE. Ao contrário, Willian Randolph Hearstum magnata da imprensados Estados Unidos da América, (1863/1951), na década dos anos 40, era proprietário de 25 jornais diários, 24 semanários, 12 estações de rádio, 2 serviços de noticias mundiais, entre os jornais podemos citar o San Francisco Examiner, o Chicago Examiner, o The New York Journal e o Boston American;e18 revistas, entre as quais a Cosmopolitan e American Weekly,possuía também cadeias de rádio e uma produtora de cinema,considerado um dos precursores da chamada "imprensa marrom", no entantoproibiu que se usasse a palavra, MORTE, na sua presença. Enganou-se! Morreu como todos nós morreremos. Por isso, quando um amigo ou parente está lamentando por um ente querido, não se deve tentar explicar: apenas estejamos ali com ele. Procuremos consolá-lo, e choremos com ele. Não há nada que se possa realmente dizer, pois não importa o quanto tentemos, devemos aceitar que muitas vezes não entendemos os caminhos misteriosos de DeusÉ assim mesmo. A própria palavra MORTE desperta várias reacções nas pessoas: Medo, desespero, aflição, eu sei lá. Algumas pessoas pessimistas consideram a MORTE tão incompreensível quanto ela é indesejável. Mas, para as optimistas, ela (MORTE), representa a elevação da alma para um nível mais alto. Outra ainda, a MORTE é uma experiência dolorosa, sobretudo para os sobreviventes. Entender a MORTE significa realmente entender aVIDA. O mistério da MORTE é parte do enigma da alma e da vida.“Os grandes homens não morrem…permanecem vivos na memória colectiva”, pronunciou-se assim um dia um entendido. Emílio, fostes um grande homem e por isso, permanecerás na memória colectiva de muitos. Até sempre meu amigo e porque não…Estamos Juntos!
Kandiyane Wa Matuva Kandiya
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