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Armando Guebuza é o retrato de um líder (2)

Por admin

Em 2002 foi eleito Secretário-Geral do partido Frelimo e 2004 eleito Presidente da República. O partido Frelimo, como Guebuza, parecem seres que se regeneram e produzem nova vida. Tudo se transforma no Homem e à volta dele, mas é ele o ponto firme na qual tudo fatalmente acontece, sendo que o capitalismo moçambicano detém como orientação filosófica arquitectada pelo seu presidente.

Quem tem talento para a política também tem para os negócios e o partido Frelimo soube apostar em Armado Guebuza, para promotor de uma nova era a exigir uma mão firme, pragmática e sem tremura ante a adversidade.

Se a presidência de Joaquim Chissano nos dera a boa governação, Guebuza iria vincar a sua governação direccionando o país na luta contra a endémica pobreza e subdesenvolvimento africanos. Apenas Guebuza, com todo saber e experiência de homem de negócios, poderia estar ao leme dos destinos do país de mais de 20 milhões, com a maioria a viver na pobreza absoluta.

 O jovem nacionalista e revolucionário Armando Guebuza deu lugar a um outro homem, que foi colocando o racionalismo e pragmatismo dos vários conceitos do verbo ao serviço da construção da economia nacional.

Houve uma inflexão ao centro esquerda e não uma lavagem cerebral. Com Guebuza nada é titubeante ou feito à deriva. Foi um actualizar da narrativa descontinuitiva e desprovida de utopia. Afinal chineses e indianos haviam já demonstrado que o capitalismo não é monopólio de uma raça e havia que demonstrar que os africanos não são filhos de um Deus menor.

 

Se a economia de mercado venceu, o socialismo Guebuza abraçou ambos como pananceia de desenvolvimento, afirmando a superioridade do homem sobre a ideologia. Na verdade a pátria e a realidade desta devem estar sempre em primeiro e o presidente com esta asserção firmou as suas credenciais de social-democrata convicto e visionário.

 

O capitalismo em Moçambique em estado de introspeção profunda deve permitir que os verdadeiros actores, o povo moçambicano, seja o verdadeiro intérprete. Aí sim, quando tivermos atingido essa etapa intermédia podemos equacionar em distribuição equitativa das vantagens económicas. Nem pode haver capitalismo sem proprietários nacionais.

E quando o presidente se refere aos ociosos, e os critica por andarem de mão estendida, apela a que os moçambicanos enveredem pelo emprendedorismo e participem na economia.

 

Os anos 90 havia sido o período a que se seguiu a descentralização económica e caracterizado por reformas económicas seguido de privatizações, factor a permitir a entrada das instituições da Brenton Woods, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional. A globalização abriu a porta a mega projectos com as suas mutinacionais a darem entrada no mercado moçambicano, atraídos pelas contrapartidas económicas de leis de investimento bem atractivos, de um governo que tudo tem feito para atrair o investimento estrangeiro.

Como resulado da abertura económica, uma elite económica foi renascendo dando sinais de vitalidade assim como uma classe média a poder dar conta de si, movido pelo ambiente de negócios num mercado sempre em crescenda competição. Com a sustentabilidade económica garantida dos imensos recursos naturais existentes, Armando Guebuza no seu pragmatismo considerou que o que o país necessitava era apenas de investimento financerio e know-how e nada mais. O estudo da viabilidade, estabilidade e lucratividade nos negócios de vários projectos permitiram o país e a economia florescer a níveis de competitividade. Há dez anos que a economia moçambicana se mantém positivamente acima dos 7 por cento, e o país um exemplo de estabilidade política democrática na região. As exportações têm crescido, a construção das infra-estruturas como estradas, pontes, escolas hospitais está em conformidade com as prioridades da luta contra a pobreza, enquanto as descobertas de recursos naturais como gás e carvão funcionam como activos.

Moçambique tem sido referência mundial devido a recente descoberta de importantes reservas de recursos naturais, nomeadamente o gás natural na costa norte, associados a outros recursos minerais e energéticos, caso do carvão mineral concentrado na província de Tete, centro noroeste do país, que é exportado via marítima

 

O equilíbrio das políticas macro económicas e essencialmente conjuntural devendo estar alerta a flutuacões ciclicas. O crédito à economia é que alimenta as empresas gerando empregos e poupanças às familias, é o que permite combater o desemprego, a precaridade e a pobreza. A economia do país ainda depende e muito de factores externos, ora esse quadro deve ser corrigido a curto e longo prazo, através de melhor estruturação económica a exigir maior capacidade produtiva, para que não sejam adiadas as perspectivas de melhor qualidade de vida da população. O tempo das parcerias económicas estratégicas foi dando lugar a corredores de investimento não existindo condicionamentos para aqueles nacionais e estrangeiros que querem participar na economia do país.

Finalmente Armando Guebuza reduziu a Renamo àquilo que ela representa. Um grupo tribalista e regionalista, além de testa de ferro de interesses estrangeiros que se deve definir, desarmar e transformar em partido caso queria participar na democracia.

Com a personalidade de Guebuza, Afonso Dhlakama sente-se pequeno e manietado, por isso capaz de cometer uma loucura ou suicidar-se. A questão da paridade levantada pela Renamo foi um ensaio mal elaborado pelos tais facilitadores nacionais e estrangeiros em busca de protagonismo político e dinheiro.

Dhlakama não tem muito por onde escolher nem esconder. Satundjira está ao alcance da FADM e das FIR e de outras forças ligadas à defesa e segurança.

Guebuza irá encontra-se com o líder da Renamo, mas quem dita condições do potencial encontro é o próprio Armando Guebuza, presidente da República de Moçambique.

 

O presidente continua forte e energético na vontade inabalável de defender o seu ideal colocado ao serviço de Moçambique e dos interesses do seu povo. Foi assim que o vi no dia 25 de Setembro no Waldorf  Astoria de Nova Iorque no jantar em sua honra promovido pelo The Corporation Council on Africa, uma umbrela de empresas americanas, algumas já estabelecidas em Moçambique.

Na presença de mais de centena de empresários americanos e dos ministros Eugénio Baloi, Alcinda Abreu, Esperança Bias, Aiuba Cuereneia, embaixadora Amélia Sumbana, conselheiro Edson Macuacua e outros, em discurso em inglês perfeito, o presidente enalteceu as relações Moçambique Estados Unidos. Falou do salto qualitativo da economia moçambicana e da necessidade de participação maior estadunidesne e suas empresas americanas na economia, assim como expressou a vontade em renovar a continuidade do Millenium Challenge Corporation em Moçambique.

A luta continua!

 

Inácio Natividade

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