Num país de espessos matagais, alguns dos quais chegam até ao céu, o horizonte por vezes nos escapa das mãos, e apenas vemos o que nos rodeia. São hectares de terreno sem céu em que os
ateus semeiam a sua doutrina rodeados de animais, fedendo a suor animal, comendo o produto da caça e frutos silvestres, que povoam a paisagem por cada trilho aberto por pisadas humanas. Falar de civilidade é perder tempo por a única música ser a das aves e dos quádruplos recusando virtualmente os ditames da fronteira das leis, que geram governos. Amar a terra é próprio de patriotas, mas amar a selva é permitir que esta se desenvolva e serpenteie as cidades e aldeias aos campos, bloqueando o desenvolvimento económico e o progresso.
Não se pode ser um ser omnipresente, ou seja, estar presente ao mesmo tempo em todos os lados. Existe a noção da diferença de concepções de vida entre os seres pensantes, que muitas vezes obedecem à formação e educação de cada um. Até há pouco existiam dois pólos de poder de apenas duas visões, hoje emergem vários pólos contemplando o país e o mundo de pólos opostos e antagónicos.
O nosso inimigo padece dessa enfermidade que é a atracção pelo matagal e pelas armas. Em pleno século XXI isso demonstra que existe um mundo idealizado do qual a barbárie é humanizada e consentida como única saída do inferno. E se o inferno existe é porque Deus existe do outro lado onde os seres procuram a cultura da paz, bem-estar e harmonia da família. Mas não basta termos razão e Deus do nosso lado, o importante é saber escutá-lo quando nos chama, mesmo quando políticas de diálogo se esgotam.
O que nos divide são esses equívocos da visão do mundo, mas mais do que tudo, podemos até ser filhos do mesmo país, mas certamente nunca da mesma tradição que empolgou a Nação moçambicana às luzes da ribalta.
Nascemos de bons exemplos, sendo dever nosso deixar germinar boas sementes que produzam cereais e frutos para que nunca haja fome em Moçambique.
Temos de usar as mãos da unidade para dar fim à ameaça do matagal com as suas ervas ameaçadoras do presente e do futuro das nossas crianças e dos jovens, mesmo que para isso seja necessário fazer aquela queimada que se vê lá por detrás das montanhas e chega ao céu.
A Luta Continua!