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Quando o sal alimenta a economia

Por admin

Localizada na parte meridional da província de Nampula, primeira capital do actual território de Moçambique, a Ilha de Moçambique tem na produção salina, pesca e turismo as suas principais 

actividades económicas. A par destas “armas”, tem igualmente na cultura a sua bandeira, sobretudo após a sua elevação pela UNESCO a Património Mundial da Humanidade em 1991.

 

O sal destaca-se como principal vector de desenvolvimento económico na Ilha de Moçambique, segundo declarações do respectivo administrador, António Saúl.

Aquele dirigente revelou ao domingo que é para a extracção de sal que são canalizadas as maiores “fatias” do Fundo de Desenvolvimento Distrital (vulgo sete milhões).

Em 2012 o fundo financiou 125 projectos de geração de rendimento e produção de comida no valor de oito milhões 549 mil e 133 meticais. Mais de metade deste montante sustentou precisamente o negócio de sal cuja possibilidade de retorno é real devido aos lucros que oferece. “Despertamos para a necessidade de alocarmos mais fundos para os projectos de salinas, porque verificamos que as taxas de reembolsos são regulares”, declarou Saúl, explicando que o sal produzido tem saída imediata no mercado, sendo visíveis camiões que perfilam pela parte continental da Ilha de Moçambique para o transporte de sal rumo a vários pontos da província de Nampula.

No concernente à actividade agrícola, o distrito produziu 54 mil 126 toneladas de produtos diversos, das quais 43,5 de culturas de rendimento.

A Ilha de Moçambique registou no ano passado um crescimento em 10 por cento quando comparado ao ano anterior (2011) com um volume de receita de 110 milhões 673 mil e 571 meticais, graças a produção do sal (45 por cento de contribuição), pesca (33 por cento), turismo (dez por cento) e produção agrícola (oito por cento).

Refira-se que 52 mil 962 habitantes vivem na ilha, divididos entre a zona continental Destes 646 são funcionários e agentes do Estado.

 

 

MAIS DE OITO MIL

CASOS DE MALÁRIA

 

A Ilha de Moçambique registou oito mil 152 casos de malária no ano passado. Lúcia Manuel, directora de Saúde Mulher e Acção Social, disse ao domingo que a epidemia foi causada por intensas chuvas que caíram um pouco por todo o país nos meses de Janeiro e Fevereiro passado, afectando o sistema de drenagem dos bairros Litine, Macaripe e Esteu. A doença causou a morte de 12 pessoas.

No tocante a diarreias, outra enfermidade de fustiga a ilha, foram registados 1 936 casos, sem nenhum óbito, graças à pronta intervenção das autoridades sanitárias e, sobretudo, dos pacientes que se dirigem em tempo útil aos hospitais.

De notar que o Hospital Moçambique, para onde aflui grande parte dos doentes, apenas possui condições de internamento na maternidade, serviços de medicina e pediatria com um total de 60 camas.

 

LUZ NO FUNDO DA ILHA 

 

Nos últimos tempos a Ilha de Moçambique tem mostrado sinais de desenvolvimento e evolução em termos de disponibilização de serviços de educação, abastecimento de água e energia, a par do aumento significativo de estabelecimentos turísticos, comércio e indústria.

Se no passado a única referência para alojamento era o Hotel Omuhipiti, agora a Ilha conta com uma nova estância turística remodelada, reconstruída e que não desvirtuou a arquitectura original. Estamos a falar do Hotel Villa Sands, produto de um investimento sueco no valor de um milhão de dólares americanos.

Segundo o administrador do distrito, a Ilha de Moçambique está igualmente no bom caminho na área de Educação, possuindo um total de 17 escolas públicas, onde estão matriculados 14 688 alunos.

Falando particularmente do abastecimento de água, disse que a ilha tem 67 fontes de abastecimento de água, com uma taxa de cobertura de 55 por cento, decorrendo presentemente obras de reabilitação e ampliação do sistema de abastecimento de água da rede.

No tocante à rede eléctrica, foram efectuadas 1 185 novas ligações, o que representa um plano de execução acima de 90 por cento com um total de 4 999 de consumidores.

No comércio, os ilhéus contam com 10 lojas e 151 barracas, alicerçadas por uma fábrica de processamento de castanha de caju, que emprega mais de 400 trabalhadores. Destacam-se igualmente oitos moageiras e 47 salinas.

A actividade cultural é sustentada por dezenas de grupos, 56 monumentos e 14 locais históricos que recebem visitas de gente oriunda de vários quadrantes do mundo, com destaque para a Europa.

Devido à sua rica história, subjacente no património arquitectónico, a Ilha  foi considerada pela UNESCO Património Mundial da Humanidade em 1991. 

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