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População Queixa-Se De Maus Tratos

Por admin

Em todos os distritos por onde passou, a vice-ministra da Saúde orientou comícios populares, onde, entre outras coisas, auscultou as principais preocupações das comunidades, nomeadamente a questão 

do relacionamento entre o clínico, farmácia e comunidades; humanização dos serviços de Saúde e o cumprimento dos programas de vacinação.

Foi neste contacto que a população de Mepelia, no distrito de Marrupa, insurgiu-se contra aquilo que chamou de maus tratos, acusando algumas parteiras de insultar as suas parturientes. ‘Não nos sentimos confortadas quando vamos às unidades de Saúde, razão pela qual algumas de nós preferem dar à luz fora das maternidades, contra todos os riscos daí advindos’, queixou-se uma senhora, visivelmente agastada com o compotamento de algumas parteiras do Hospital Distrital de Marrupa.

Outras inquietações colocadas à vice-ministra da Saúde estão relacionadas com os centros de Saúde, que funcionam simultaneamente como unidades normais de atendimento e maternidade. As mulheres reclamam por privacidade, principalmente em momentos delicados de parto, onde só se fala de questões ligadas às mulheres. “Em algum momento, sentimo-nos desconfortadas quando nos deparámos com homens em locais que só à mulher dizem respeito”, apontou a nossa interlocutora.

A estas e outras reclamações, Nazira Abdula respondeu de forma vigorosa, condenando todo e qualquer acto que não dignifique os serviços de Saúde. Prometeu, por outro lado, mandar investigar para o apuramento a veracidade das denúncias apresentadas pelos populares. “A ser verdade, as pessoas visadas serão expulsas do Sistema Nacional da Saúde por se provar que elas não reúnem requisitos morais para servir o cidadão”, observou aquela governante, aparentemente constrangida com o suposto comportamento dos seus subordinados, oportunamente denunciados em Marrupa. Nazira Abdula disse ainda ter constatado que grande parte do pessoal das maternidades não está a implementar um novo programa iniciado naquele ministério, denominado Iniciativa Maternidade Modelo, que prevê que uma parturiente seja acompanhada pelo seu familiar de confiança ou por uma matrona da sua comunidade. ‘Vamos muito rapidamente implementar esta iniciativa para que a parturiente ganhe confiança e se sinta melhor amparada’, assegurou aquela governante.

Apesar de tudo, e em jeito de balanço, Nazira Abdula classificou a sua visita ao Niassa de muito positiva, depois de, segundo suas palavras, ter constatado que na província há muitas realizações feitas com base em fundos alocados. ‘Por aquilo que vimos ao longo dos cinco dias de visita, continuou Nazira, constatámos com satisfação que há um esforço da equipa da província de melhorar o desempenho’, elogiou a vice-ministra, que reconheceu, por outro lado, existirem ainda alguns desafios, principalmente nas áreas de infra-estruturas, mais concretamente no Hospital Provincial de Lichinga e no Hospital Rural de Cuamba, as duas principais unidades hospitalares de referência a nível da província do Niassa.

Num outro desenvolvimento, Nazira Abdula anunciou a remodelação e ampliação dos serviços cirúrgicos da Base Naval de Metangula, para permitir que esta importante unidade sanitária possa também servir às comunidades. Para o efeito, o Ministério da Saúde, em coordenação com o Ministério da Defesa Nacional, vai disponibilizar recursos humanos.

A número dois do Ministério da Saúde disse ainda ter constatado a existência de bons indicadores em comparação com aquilo que são as médias nacionais, embora reconheça, por outro lado, que existem desafios no que tange à cobertura de programas de vacinação.

Nazira Abdula terminou a sua intervenção questionando se os recursos humanos qualificados constituem uma mais-valia nas unidades de Saúde para onde são colocados. ‘Os técnicos de nível superior que formamos e colocamos ao serviço da Saúde devem marcar diferença em termos de produção e produtividade’, disse a terminar.

Refira-se que a vice-ministra, para além dos encontros com as comunidades, reuniu-se igualmente, em Lichinga e Cuamba, com os funcionários da Saúde para ouvir destes os problemas que os apoquentam, sendo que a elevação dos níveis de conhecimentos, insuficiência de material de trabalho e problemas ligados às nomeações e progressões foram os mais aflorados durante os encontros. 

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