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Pescadores insistem em usar artes nocivas

Por admin

O Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala (IDPPE) da província de Nampula está preocupado com a renitência de alguns pescadores que teimam em usar artes nocivas tanto para o ambiente como para própria actividade pesqueira.

Os pescadores de pequena escala dos distritos de Angoche, Ilha de Moçambique, Moma, Memba, Larde e Nacala Porto, emNampula, tem recorrido a técnicas inapropriadas para pescar, nomeadamente utilização de redes mosquiteiras, explosivos, uso de produtos químicos como mercúrio, em rios e lagos, no mar, muitas vezes recorrem à pesca de arrasto com redes impróprias (redes mosquiteiras e outras de menor dimensão).

Com vista a reverter este cenário aquela instituição tem levado a cabo actividades ligadas a sensibilização de pescadores através de acções de divulgação de mensagens de co-gestão com vista a uma pesca responsável e materializar as sessões de capacitação a capacitação de mestres carpinteiros navais.

Para além da renitência dos pescadores, existe ainda a questão da mora na disponibilização de fundos internos como externos o que leva a que acções programadas, com destaque para sensibilização das comunidades pesqueiras, sofram sucessivos adiamentos, sem contar com a desistência dos membros daAssistência às Organizações de Base Comunitárias (OBCʼs), muito particularmente dos Conselhos Comunitários de Pesca.

A nossa Reportagem apurou que para melhorar a comercialização na pesca artesanal tinha sido planificado para o ano em curso a realizaçãode feiras de insumos e de produtos pesqueiro, a conclusao das obras dos mercados retalhistas de pescado de Carrupeia, Belenenses e operacionalização de mercados de primeira venda.

Por outro lado, deve se disponilizarinformação sobre preços de pescado e insumos de pesca, assistência técnica as fábricas de gelo e câmaras frigoríficase demonstração de Meios circulantes para transporte de pescado com qualidade.

Dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala indicam que a avaliação das perdas pós-captura é feita em áreas pontuais e restritas, sem uma amostra estatisticamente estabelecida, representativa e inserida no contexto geral das capturas da pesca artesanal, o que torna ainda difícil apurar não só o volume global de perdas como também o peso que o mesmo representa no universo geral da produção do subsector a nível da província.

A título de exemplo, no distrito de Angochehouve registo de perda de cerca de 220 quilogramas de pescado (diversas espécies) em consequência da chuva registada no período em referência.

Enquanto isso, os operadores do distrito de Memba pescaram cerca de dez mil toneladas de carapau, sardinha e fuzileiros, que representou, em termos de vendas, cerca de 345 mil meticais.

Refira-se que entre as actividades previstas para os primeiros nove meses do ano em curso, estava prevista a assistência às Organizações de Base Comunitárias (OBCʼs), visita aos mercados de primeira venda de pescado, concessão de motores a título de crédito a pescadores artesanais, capacitação de técnicos e extensionistas em matérias de género, entre outros.

SERVIÇOS FINANCEIROS

Para ano em curso, Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala definiu como prioridade, em termos de serviços financeiros para a pesca artesanal, a formação o e assistência aos grupos de Poupança e Créditos Rotativos (PCR´s). Assistência técnica aos grupos de mulheres para o financiamento do fundo das mulheres.

Tem ainda o desembolso de fundos no âmbito do apoio a  empreendimentos emergentes, fundos  aos primeiros vencedores no ambito de fundos especiais para mulheres e assistência técnica destinada às acções de crédito formal para a produção, conservação, processamento  e comercialização de pescado.

Do planificado, foram assistidos tecnicamente dez grupos com 155 membros, dos quaisquais 121 são mulheres, nos distritos de Angoche e Liúpo em matérias de distribuição proporcional de valores, harmonização da metodologia do PCR, apoio na actualização dos regulamentos internos e revisão sobre a divisão proporcional dos rendimentos.

domingoapurou que foram realizadas missões de apoio às comunidades de pesqueiras que sofreram danos devido aos efeitos provocados pelas chuvas, com vista a encontrar soluções para reposição dos danos perdidos, tendo sido perdidas e ou destruídas mais de 22 artes (redes de emalhe e arrasto para terra) e 39 embarcações de pesca (canoas, tronco escavado e lancha), cujos custos para reposição estão estimados em cerca de cinco milhões de meticais.

 

Famílias pescadoras aumentam refeições diárias

Cerca de 36 mil pessoas beneficiaram-se das atividades promovidas pelo Projecto de Prevenção do HIV/AIDS e Melhora Nutricional, conhecido como CHAPANI, na provincia de Nampula, implementado pela Agência de Desenvolvimento de Povo para Povo, com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agricola (FIDA) entre Maio de 2012 e Outubro de 2015.

domingoapurou que o projecto actua junto às comunidades pesqueiras dos distritos de Angoche, Ilha de Moçambique, Moma, Memba, Larde e Nacala Porto, tinha como um dos objectivos oaumento do número de refeições diárias nas comunidades pesqueiras.

Estes dados foram avançadosdurante o workshop “Prevenção do HIV e Melhoria nutricional das comunidades pesqueiras em Nampula”, realizado em Maputo, e organizado pelas entidades Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP) e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Segundo Robson Mutandi, director do FIDA, o objetivo do Chapani foi contribuir para a redução da prevalência de HIV/Sida e da má nutrição por meio da mobilização comunitária, de forma a expandir o conhecimento e compreensão de hábitos sexuais seguros, e os beneficios da diversificação da dieta alimentar.

O projeto estabeleceu 61 hortas demonstrativas e 238 cozinhas experimentais que serviram para capacitar mais de 6 mil pessoas em produção de vegetais e treinar cerca de 5 mil pessoas na preparação de comida nutritiva.

Por outro lado, promoveu o cultivo e uso de espécies locais, como a Moringa, para a elaboracão e o consumo das papas enriquecidas. As famílias pesqueiras  adicionaram legumes à dieta de três a quatro vezes por semana permitindo diversificar suas refeições e aumentar o número de refeições por dia.

Refira-se que Moçambique tem a oitava maior prevalência de HIV no mundo e abriga 4 por cento de todas as pessoas que vivem com o HIV a nível mundial. Segundo Maria Fernanda Arraes, da agência FIDA das Nações Unidas programa MDG1,  “o país ainda ocupa o quinto lugar no mundo em incidência de novas infecções, com 330 pessoas infectados diariamente, o que restringe o crescimento do país, à medida que novos grupos de crianças e jovens são infectados todos os anos. A saúde e qualidade de vida dos pescadores são questões fundamentais para atividades productivas como o desenvolvimento da pesca artesanal”.

Angelina Mahumane

vandamahumane@gmail.com

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