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Padarias “Mudjermane” encerradas há três semanas

Por admin

Lá dizia o adágio popular: “Quando o homem morre desaparecem as suas realizações na terra”. O mesmo aconteceu com as três Padarias Oriental, Mudjermane e Manjacaze, localizadas nos bairros de Laulane, Maxaquene e Mavalane, que estavam sob administração da filha do falecido empresário Mudjermane, identificada por Rosália Guambe, que ordenou o encerramento das padarias por um período não determinado devido à falta de fundos para o pagamento dos honorários, em atraso, aos trabalhadores.

Os empregados disseram à nossa Reportagem que os atrasos dos salários verificam-se desde que o proprietário das padarias perdeu a vida em 2012, desde então, a gestão ficou sob tutela da filha, Rosália Guambe.

Porque a dívida com os trabalhadores e fornecedores estava a aumentar mensalmente, sendo que há cerca de dez meses que os trabalhadores das Padarias Oriental, Mudjermane e Manjacaze, nomeadamente balconistas, fabricantes de pão e serventes, não auferem os seus ordenados, a decisão da actual gestora foi de encerrar as três padarias.

Para além desta privação, aquele grupo denunciou condições precárias de trabalho, o não pagamento de horas extras e não remuneração por acumulação de funções, entre outras alegadas irregularidades protagonizadas pela entidade patronal.

Segundo os trabalhadores, o patronato prometeu reunir-se com eles na quarta-feira passada para a regularização da situação dos salários, o que não aconteceu por que a gestora se encontrava com telemóvel desligado e longe de Maputo. 

Mesmo assim, os trabalhadores exigem que o patronato disponibilize espaço para diálogo, com vista a negociação das formas de pagamento.

Em conversa com o nosso jornal M. Manhique, trabalhador da Padaria localizada no bairro de Maxaquene há mais de cinco anos,  mostrou-se agastado pelo facto de o patronato não se ter mostrado presente para o diálogo.

“Eu aceitaria, pelo menos, o pagamento de dois ou três meses, pois tenho de pagar algumas contas em atraso e arcar com as despesas do transporte para o meu filho”, lamentou.

Por seu turno, O. Munguambe outra funcionária desde o ano de 2000 disse referiu que já não consegue suportar as despesas básicas, inclusive as relacionadas com a escola das crianças. “A morte de Mudjermane infernizou as nossas vidas”, disse, para depois acrescentar que“queremos saber se as padarias serão encerradas definitivamente ou não.”

Entretanto, alguns revendedores que compravam pão naquelas padarias são obrigados a procurar outras alternativas para continuar com seu negócio: uns deslocam-se para bairros próximos onde há padaria e outros já estabeleceram contactos com alguns entregadores de pão ao domicílio.

Os revendedores contestaram o facto de ter que permanecer longas horas na fila para comprar pão, acto que sujeita-os a iniciar seu negócio tarde.

Suzete Fernando, revendedora de pão há sete anos, apelou aos empresários nacionais a estabelecerem parcerias com a gestora das três padarias Mudjermane. de forma ajudar a família a superar a dificuldade que está atravessar.

 

Idnórcio Muchanga

aly.muchanga@gmail.com

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