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Mudanças climáticas constrangem resposta à crise de alimentos em Angola

Por Idnórcio Muchanga
  • defende o moçambicano Custódio Mucavele, director do FIDA naquele país

As mudanças climáticas em Angola constituem uma grande preocupação na implementação das medidas de políticas operantes para responder as crescentes necessidades alimentares das populações mais vulneráveis, em particular nas províncias do Cunene, Cuando Cubango, Namibe e Huíla, que são frequentemente assolados pela seca.
Esta constatação foi apresentada hoje, à Assembleia da República de Angola, pelo director do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), naquele país, o moçambicano Custódio Mucavele.
Mucavele que fez a apresentação em nome das três agências das Nações Unidas ligadas à agricultura e segurança alimentar, nomeadamente FAO, FIDA e PMA.
Na ocasião, explicou que prevalência de insegurança alimentar severa – de acordo a Escala de Experiência da Insegurança Alimentar – FIES, atinge 28.7% da população, ou seja, aproximadamente 8,7 milhões de pessoas. Significa que menos de um quarto da população de Angola, isto é 22,6% pode ser considerada “segura” do ponto de vista de acesso aos alimentos.
Acrescentou que os dados mais recentes de Angola também apontam para uma incidência da pobreza multidimensional em volta de 54%, o que significa que aproximadamente 5 em cada 10 pessoas no país são multidimensionalmente pobres.
Sustentou que os padrões actuais de consumo e os sistemas alimentares contribuem para altas taxas de desperdício e perda de alimentos, poluição do ar, emissões de gases de efeito estufa e perda de biodiversidade.
Entretanto, depois de recordar que a Declaração de Malabo recomenda os estados africanos a dedicar pelo menos 10% dos recursos públicos à agricultura, Custódio Mucavele disse ser essencial considerar o apoio a este sector como um elemento-chave para o emprego, geração de renda, redução da pobreza e fortalecimento da segurança e soberania alimentar do país.
“Uma forma de capacitar o sector é através do reforço da assistência técnica aos agricultores, especialmente por meio das Estações de Desenvolvimento Agrário, a nível das comunidades. Isso exigirá o recrutamento de mais profissionais qualificados.

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