O projecto de revisão e elaboração da Política e Estratégia Industrial, um processo que tem como objectivo fazer face aos desafios impostos pela descoberta e início de exploração de recursos naturais no país, foi lançado quinta-feira, em Maputo.
Esta iniciativa surge da necessidade de aperfeiçoar os sistemas de produção por meio de tecnologias e processos que utilizam os recursos de maneira mais eficiente, como forma de alcançar a competitividade empresarial no País.
Com efeito, o processo de revisão deste instrumento, elaborado pelo Governo em parceria com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), irá incluir a identificação dos pilares fundamentais nos quais estará assente a acção do Governo e do Sector Privado durante a sua implementação.
Para a CTA, representada pelo presidente do Pelouro da Indústria, Mubarak Abdul Razak, o projecto surge para fazer frente à crescente procura de bens e serviços, incluindo produtos manufacturados, resultante da descoberta de recursos naturais.
“Acreditamos que as acções estratégicas que forem recomendadas contribuirão para o crescimento da indústria nacional, um sector que, pela sua natureza, transforma as matérias-primas, gera produtos variados, acrescentando-lhes valor económico, e assegura a sua colocação nos mercados domésticos e de exportações, que são cada vez mais exigentes”.
Na sua intervenção, o ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, disse que a revisão se deve às exigências do mercado e à necessidade da criação de um mecanismo de fomento industrial, cuja inexistência se traduz no difícil acesso e alto custo de financiamento no país e na falta de definição de produtos ou cadeias de valor prioritários.
“A revisão da Política e Estratégia Industrial é uma prioridade, pois irá adoptar medidas arrojadas e coordenadas ao nível do Governo para garantir a criação de emprego, fortalecimento da cadeia de valor e promoção de uma economia que assegure a substituição das importações”, disse.
Com este processo, segundo o ministro da Indústria e Comércio, pretende-se também que o sector industrial deixe de ser o dinamizador da actividade económica e passe a ser transformador da estrutura económica do País.
Importa referir que, em 2012, a indústria em Moçambique ocupou a terceira posição depois da agricultura e dos transportes, com uma contribuição no Produto Interno Bruto de 11 por cento e empregando cerca de 6 por cento da mão-de-obra activa.