O objectivo do governo moçambicano, neste quinquénio, é expandir o acesso e melhorar a qualidade dos serviços de saúde, reduzir a mortalidade materna e neonatal, a morbi-mortalidade por desnutrição crónica, malária, tuberculose, HIV, doenças tropicais negligenciadas e as doenças não transmissíveis, palavras da ministra da Saúde, Nazira Abdula, há dias na cidade de Genebra, Suíça, durante a 69 Sessão da Assembleia Mundial da Saúde.
“O número de pessoas que sofre de doenças crónicas não-transmissíveis está a aumentar, causando mortes prematura a muitos moçambicanos”, disse acrescentado que “muitas das causas subjacentes de doenças crónicas, incluem as dietas não saudáveis, o sedentarismo, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool”, que estão além do controle directo do sector da saúde.
“O sector da saúde pode controlar algumas dessas doenças mas, a pressão sobre os sistemas de saúde já de si sobrecarregados, é enorme. Os custos de cuidados para doenças crónicas podem ser catastróficos para as famílias, agravando a pobreza de famílias pobres”, disse.
Moçambique subscreveu a agenda 2030 e assumiu o compromisso de implementar a cobertura universal e, consequentemente, a protecção social. Para alcançar a cobertura universal, de forma sustentável, o sector decidiu revitalizar os cuidados de saúde primários.
“Reconhecemos que os cuidados de saúde primários são a melhor abordagem para alcançar os agregados familiares com cuidados essenciais e acessíveis e o melhor caminho para a cobertura universal da saúde. É o ponto do primeiro contacto entre o sistema de saúde e os utentes que assegura que as necessidades de saúde simples recebam cuidados adequados acessíveis”, frisou.
As doenças crónicas não transmissíveis são enfermidades multifactoriais que se desenvolvem ao longo da vida. Actualmente, elas são consideradas um sério problema de saúde pública e já são responsáveis por 63 por cento das mortes no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entretanto, apesar das dificuldades, a ministra da saúde partilhou em Genebra alguns ganhos que o país alcançou no cumprimento dos Objectivos do Milénio na área da Saúde Materno-infantil.
Frisou que na vigência das ODM, o país assistiu a uma enorme mobilização para as sinergias bem como ao lançamento de várias iniciativas globais. Estes esforços conjuntos trouxeram ganhos assinaláveis em Moçambique.
“O nosso país alcançou o ODM 4 e registou uma redução de cerca de 65 porcento no rácio da mortalidade materna entre 1990 e 2015. Esta percentagem está acima da média global verificada (44 por cento)”, disse.