Faleceu ontem, em Maputo, vítima de doença, o General na Reserva José Moiane, um destacado combatente da luta armada de libertação nacional e que no pós-independência foi o primeiro governador da província de Manica, onde exerceu o cargo durante dois anos, para depois passar a desempenhar as mesmas funções durante onze anos na província de Maputo.
Nascido a 28 de Novembro de 1935 em Langane, distrito de Xai-Xai, província de Gaza, José Phahlane Moiane, de seu nome completo, ingressou na Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) nos anos 1960, tendo participado directamente na luta de libertação nacional combatendo de armas na mão contra o Exército colonial português.
De criança Moiane dedicou-se à pastorícia e com a morte do seu pai parte para a então cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo), onde inicia os seus estudos primários na Missão Suíça (Khovo).
Sem ter concluído o Ensino Primário, José Moiane deixa Lourenço Marques para a África do Sul, em 1955, onde vai trabalhar como mineiro. É neste país que começa a interessar-se pela política, ao entrar em contacto com alguns activistas do Congresso Nacional Africano (ANC) e de outros movimentos nacionalistas que se preparavam para lutar pela independência de alguns países africanos.
Regressado a Moçambique, em 1956, José Moiane obtém a carta de condução e trabalha, mais tarde, em várias empresas da capital do país.
Com o surgimento dos movimentos nacionalistas, como por exemplo a UDENAMO, ele e um grupo de companheiros da juventude começam a delinear estratégias de luta contra o colonialismo. Em 1962 é fundada, na Tanzania, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e isso espevita ainda mais o fervor nacionalista de José Moiane, que nos princípios de 1963 experimenta uma tentativa de fuga para aquele país através da Suazilândia, mas o seu plano é abortado pela Polícia política colonial, a PIDE.
